Michael Bay tentando criar sua superequipe na Netflix
Após falsificar a própria morte, um bilionário monta uma equipe de profissionais internacionais para a ousada e sanguinária missão de derrubar um ditador cruel.
Sabe quando a gente comentou que “O Irlandês” só aconteceu na Netflix porque a mesma deu toda a grana que o Scorsese precisava? Bom, antigamente contra fazer filme para streaming, Michael Bay também parece ter se divertido com o “cheque em branco” da Netflix. Pois tanto quanto “Transformers”, o “Esquadrão 6” é um grande parque de diversões do diretor.
Parkour, explosões, carros voando, explosões, piscinas de vidro gigantes, explosões … é um filme Bay no estilo mais puro.
Assim como, em quase todas as cenas paradas durante o dia, tem o famoso contra – luz do diretor. Com os personagens sempre em frente ao sol, dando aquele efeito de silhueta com tons meio alaranjados.
Quando a trama do filme começa, você percebe uma linha de tempo extremamente confusa. Uma tentativa de esconder o passado do personagem vivido por Ryan Reinolds, mas que na verdade acaba enrolando toda a plot do longa. Diversos pequenos flashbacks vão se amontoando para um quebra cabeças que nunca fecha.
A apresentação da equipe é bem rápida (o que não que dizer que seja boa), dá o mínimo de informação possivel, basicamente, quais são as habilidades de cada um do time.
Michael Bay também não tem qualquer medo de clichê, estão todos lá. Porém, um dos grandes pecados do filme é, mesmo com tudo isso, ainda tentar se levar a sério demais. Faz falta um jeito meio “The Rock” de fazer a galhofa.
Coisas como a trilha subir e o personagem dizer “Talvez não voltemos vivos, mas vamos ficar para a história, vamos salvar o mundo”, num filme com esse nível de insanidade, precisam de um certo ar de ironia. O próprio Ryan Reinolds tem, mas o filme não dá tanto material para ele desenvolver.
Até por isso, muitas das piadas de “Esquadrão 6” não funcionam, apesar do esforço do nosso Deadpool. Algumas gags que deveriam ser engraçadas, acabam ficando “gore” ou pesadas demais, e o que mais funciona são as piadas que parecem improvisadas pelo Ryan Reinolds, brincando com cultura pop, de forma geral.
Inclusive, o filme é literalmente o Ryan Reinolds e mais 5. Os outros são completamente esquecíveis, poderiam ser substituídos por qualquer um, já que estão mais para completar a lista de “habilidades” que o longa precisa apresentar.
“Esquadrão 6” tem algumas ótimas cenas de ação, apesar de picotadas sempre pra esconder os dublês. Michael Bay usa sua divertida megalomania para impressionar com muita destruição e cenas inacreditáveis. As melhores sequências ficam por conta do parkour do personagem “Quatro” vivido por Ben Hardy (“Bohemian Rhapsody”), uma em especial, mostra as acrobacias em primeira pessoa e sem tremedeiras durante bastante tempo, o que traz uma ótima diversão e até aquela sensação de medo e imersão com as manobras.
O filme também é surpreendentemente violento, desde o início. Olhos sendo arrancados, cabeças explodindo, foge totalmente do estilo PG 13 que tanto temos visto no gênero de ação ultimamente.
Enfim, “Esquadrão 6”, é versão de Michael Bay para o que seria uma mistura de “Os Mercenários“, “Esquadrão Suicida” e “As Panteras“. Porém, sem o carisma e criatividade dos veteranos dos anos 80 e 90, sem os famosos personagens da DC Comics e nem mesmo com as belas e simpáticas agentes do Charlie… Ou seja, o que sobrou, é o “Esquadrão 6″… Confira nossa “Chuck Nota”, logo abaixo.