Pokémon: Detetive Pikachu traz um simpático e pouco ousado, primeiro live action do fenômeno mundial
Em “Pokémon: Detetive Pikachu”, um jovem une forças com o detetive Pikachu para desvendar o mistério por trás do desaparecimento de seu pai. Perseguindo pistas pelas ruas de Ryme City, a dupla logo descobre uma trama desonesta que representa uma ameaça ao universo Pokémon.
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Tentando quebrar a maldição das adaptações de games, e porque não dizer, dos animês também.”Pokémon: Detetive Pikachu” procura o que há de mais fácil para conquistar o público. Bem como, além de ser inspirado no jogo homônimo, se aproveita bastante do fenômeno mundial do jogo “Pokémon Go“. Jogo esse, que ressuscitou a franquia para o grande público. Pokémons são explorados em cenários de cidade, becos, bares, ideias que oferecem cenas muito divertidas, como Pokémons cantando em bares, transitando em barracas de lanches, trabalhando no trânsito e por aí vai.
O longa também tem momentos muito inspirados em aventuras infantis dos anos 90 ( os famosos “Sessão da Tarde“). Existem passagens, em que você se sente assistindo um daqueles filmes do garoto com seu cachorro (o Pikachu, no caso), se metendo em altas confusões… E tomem isso como elogio ao filme.
Mas, “Pokémon: Detetive Pikachu”, fica no meio do caminho entre o nostálgico e a captura de uma nova geração. O filme faz uma breve apresentação do que são os “Pokémons”, para situar os desavisados e passeia pela cidade, mostrando vários pokémons clássicos. Certamente momentos que vão tirar sorrisos dos mais velhos.
No entanto, o longa não conversa tanto com alguns pontos muito conhecidos da animação clássica. Os fãs do final dos anos 90, irão sentir falta das capturas ou das batalhas Pokémon. Uma escolha que pode gerar frustração em alguns, mas que talvez seja uma estratégia de manter cartas na manga para futuros filmes da franquia.
O roteiro não é complexo, vai de um ponto ao outro, sem enrolar muito. A própria porta de entrada da trama, é a premissa já muito utilizada de família, relacionamento pai-filho e etc, argumentos que normalmente funcionam em filmes assim. “Pokémon: Detetive Pikachu” foge do rótulo de adaptação de games/animês justamente ao tentar simplificar seu enredo. Eles não tentam emular a interação do vídeo game, nem a complexidade de um animê, o tom aventuresco passa por cima dessas preocupações.
O protagonista vivido por Justice Smith, inicialmente parece desconfortável no filme, até começar a interação com Pikachu, e a dupla decolar. O jovem Justice, que arrebentou na série “The Get Down”, segura bem as difíceis interações com os Pokémons, algo que é sempre um desafio da mistura de live action com animação. De quebra, Justice coloca uma pedra na sua péssima passagem por “Jurassic World: Reino Ameaçado“. Kathryn Newton (“Não Vai Dar”), também consegue compor o “trio” com carisma, e lembra um pouco a Misty da animação (menos temperamental).
Quanto a Ryan Reinolds, e sua pouco explicada escolha para ser a voz do Pikachu, bom… Existe uma justificativa real para o Pikachu ter a voz dele, e para surpresa geral, o Pikachu é bem leve. É irônico, tem piadas rápidas, mas não é um Deadpool como já falavam. O personagem não apela e, é essencialmente o personagem que todos já conhecem, inclusive na perfeita aparência.
Mas justamente Pikachu parece realmente ter sugado o orçamento, os outros Pokémons, oscilam bastante. Os personagens que mais aparecem como Pikachu e Psyduck, claramente tem um acabamento diferente, mais realista. Enquanto os personagens que são cameos tem uma finalização mais tímida. Uma forma inteligente utilizar o orçamento, já que mesmos assim, o filme apresenta várias pokémons de várias gerações.
Enfim, “Pokémon: Detetive Pikachu”, preza pela diversão e tem como seu maior mérito, não ser pretensioso. É fácil de entender, é simpático, fecha uma história sem pontas pra outro e vai deixar o público decidir se o promissor mundo Pokémon vai virar franquia no cinema (também). Confira o trailer e nossa “Chuck Nota” logo abaixo.
OBS: Não tem cena pós créditos