Tom Cruise reaparece nas telonas a partir de hoje com uma tão inacreditável, quanto interessante história real do piloto norte – americano Barry Seal, que foi recrutado pela Cia, trabalhou para Pablo Escobar e para a Casa Branca (ao mesmo tempo)…
Se você já assistiu séries como “El Patron Del Mal” ou a famosa “Narcos”, provavelmente Barry não lhe pareça tão estranho, já que em algum momento sua história se cruzou com a de Pablo Escobar e essa “relação” fez muita diferença na vida dos dois. Por isso, também fica a impressão, em certos momentos, de estarmos assistindo um spin off de alguma série sobre Escobar, pois o roteiro faz questão de não deixar o personagem ficar grande demais, pelo contrário, ele e todas as figuras históricas servem de escada e são praticamente engolidas pelo carisma de Tom Cruise, que aqui transforma o piloto de avião barrigudo e semi-careca, num aventureiro quarentão em boa forma (o próprio Tom Cruise, que na verdade é um cinquentão). Dentro desse conceito, também entra a impressão de que boa parte da história contada no filme foi aumentada (algumas vezes rs) para deixar tudo mais impressionante.
“Feito na América”, parece confuso num primeiro momento, o que não é estranho, já que é realmente difícil imaginar como alguém pôde se meter com tantas organizações totalmente opostas. O estilo narrativo traz o próprio Barry Seal contando os momentos, as vezes como narrador de fundo ou através das fatídicas fitas pré-gravadas pelo piloto para registrar os acontecimentos.
A edição ágil aumenta a adrenalina e o toque moderno do filme, o espectador consegue acompanhar sem ficar perdido ou entediado, o longa simplesmente acontece e você vai com ele. “Feito na América”, é muito competente em fazer um paralelo com acontecimentos históricos, e deixar tudo contextualizado.Todo o personagem é devidamente apresentado de acordo com sua importância e função, sem enrolações. O que facilita uma série de plot twists com o quais Barry se depara no caminho.
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O filme mescla suspense, aventura, ação e flerta sutilmente com a comédia. As cenas de ação são extremamente bem dirigidas por Doug Liman, que já esteve a frente de filmes como “No Limite do Amanhã”, “Identidade Bourne” e “Sr e Sra Smith”. Sempre com um grau de urgência e suspense, Doug transforma os absurdos da história, em cenas de ir para a ponta da poltrona, como a ótima sequência de uma difícil decolagem nos campos colombianos ou a inacreditável cena do pouso forçado no meio de uma cidadezinha americana. O diretor é inteligente inclusive, ao escolher quais cenas reais utilizar ou não durante o filme, para valorizá-las nas horas que precisam parecer mais documental.
Enfim, “Feito na América”, tem seus exageros, principalmente na figura endeusada de Barry Seal, alguma queda de rendimento no meio, mas consegue contornar qualquer antipatia, com atenção aos detalhes, a dedicação de Tom Cruise e o roteiro bem amarrado. Talvez você não chegue a torcer por Barry Seal, mas com certeza vai querer saber onde a jornada dele vai parar, e esse é o grande mérito do filme… Confira o trailer e nossa “Chuck Nota” logo abaixo…