A animação “Emoji – O filme” parte de uma ideia inusitada e fadada as piadinhas dos “criativos” sites e canais de Youtube que sonhavam em usar o emoji ? para falar do filme. Mesmo perdendo a tentadora piada, preciso dizer que há um grande exagero no trato dessa animação, novamente a história do 8 ou 80 da internet.
No filme, escondida no aplicativo de mensagens de texto está Textópolis, uma vibrante cidade onde seus emojis favoritos vivem e trabalham. Nesse mundo, todos os emojis tem apenas uma função – menos Gene, um emoji que está explodindo com múltiplas expressões. Quando um defeito ameaça a existência do próprio celular, Gene se alia a seu sempre pronto melhor amigo Bate-Aqui e a lendária emoji decodificadora Rebelde para tentar impedir a destruição iminente. Juntos, embarcam em uma épica aventura através do celular.
A questão é que o filme vai se equilibrando entre boas e más ideias, não há dúvidas. Escolher o celular como universo do filme, não é tão anormal,considerando o contexto atual, onde crianças pequenas não vivem sem uma tela de smartphone na frente, porém, algumas formas de abordar isso, e talvez a própria escolha dos Emoji como personagens principais, seja discutível.
O filme tentar emular os vídeo games, em algo próximo ao começo de “Detona Ralph”, algo positivo e que traz grandes possibilidades a serem exploradas, mas que assim como em “Detona Ralph”, não vão muito a frente. Apesar de algumas piadas mais avançadas, brincadeiras com a personalidade das pessoas no Facebook e muitas referências a memes famosos da internet, está muito claro que o filme é totalmente voltado para crianças e, é aí onde começam os exageros da maioria. Esse público também precisa de filmes menos rebuscados, mais coloridos, divertidos e que falem mais com eles do que com os adultos. É por esse caminho que “Emoji – O Filme” vai, principalmente em sua concepção visual. É preciso entender, que não é necessário ter a profundidade dos filmes da Pixar para ser relevante para as crianças, e quando tiver que ser relevante para os adultos também, será a hora de forçar as exigências.
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Dito isso, o filme tem uma plot genérica de descriminação, com uma lição também batida de “aceite as diferenças”, “aceite as pessoas como elas são”, e por aí vai. Algo que vem há décadas sendo martelado e não é um pecado original de “Emoji – O Filme”. Um dos problemas da forma como é apresentado esse tema, é que os personagens principais carregam alguns esteriótipos para facilitar a compreensão, mas não imprimem a personalidade de seu próprio universo, os Emojis poderiam ser trocados facilmente por qualquer outra figura infantil como animais, brinquedos e etc que não faria diferença para a história (na maior parte do tempo).
A qualidade técnica da animação é impecável, a transposição dos personagens ficou ótima (e acredite, nem todas as animações conseguem isso, mesmo com a tecnologia de hoje).
Enfim, “Emoji – O Filme” acaba por se mostrar, antes de tudo, uma grande plataforma de propaganda para aplicativos de celular. Facebook, Twitter, Youtube, Candy Crush e tantas outras marcas são jogadas de forma natural ao longo do filme, que tende a aumentar a importância da permanência nesses aplicativos no dia -a – dia (como se isso fosse necessário), e criar alguma empatia com a criançada e os aficionados pelas “maravilhas” que um smartphone pode fazer… Confira o trailer e nossa “Chuck Nota”, logo abaixo.