Como de costume, as obras de Stephen King são aguardadas com ansiedade logo que anunciadas, no caso de “A Torre Negra”, ainda vem com o hype pelos nomes do elenco que automaticamente vendem credibilidade a essa adaptação. É importante ressaltar, que não estamos aqui para comentar sobre a adaptação do livro em si, sobre os pontos de fidelidade e etc. Lembrem-se que se for preciso ler um livro para entender o filme, esse filme já começou muito errado.
Em “A Torre Negra”, o último guerreiro, Roland Deschain (Idris Elba), está preso em uma eterna batalha contra Walter O’Dim – também conhecido como O Homem de Preto (Matthew McConaughey) – e determinado a impedir que este último destrua a Torre Negra, que mantém a união dos mundos. Quando o destino dos mundos está em perigo, bem e mal irão colidir numa batalha decisiva; e Roland é o único que pode proteger a Torre do Homem de Preto.
“A Torre Negra”, já começa com uma dobradinha bastante infantil de explicação e cena ilustrativa que dará o tom do resto do filme, parece ser realmente um longa pensado para crianças, principalmente quando se vê o espaço que o personagem Jake tem em cena. Mas fato é, que se a criança quiser prestar atenção em algo mais do que a ação, terá dificuldades.
O enredo é mal desenvolvido, nenhum personagem tem o mínimo de background. O mais preocupante, é que você certamente termina o filme sem saber o básico sobre sua premissa, como a própria utilidade da tal Torre Negra do título, ou porque alguém pretende destruí-la.
Ao assistir “A Torre Negra”, se tem a impressão de que o filme foi planejado para 3 horas e cortado brutalmente na ilha de edição, o que o torna uma verdadeira salada. O pouco experiente diretor Nikolaj Arcel, mostra dificuldades em conduzir um blockbuster nesse nível de expectativa. Até existem algumas boas sequências de ação, com efeitos visuais bem feitos, uma fotografia convincente, mas tudo prejudicado pelos cortes da edição que te deixam confuso boa parte do filme. Há momentos em que você simplesmente não entende o que aconteceu para levar até ali.
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O uso da trilha sonora, condiz com as mudanças bruscas de clima do longa. Pesada e exagerada, por vezes você vê cenas onde os personagens perdem entes queridos ao som de uma trilha melodramática, quase de novela, para na sequência, estarem totalmente recuperados e sob uma trilha contagiante de aventura.
Quando “A Torre Negra” se arrisca rapidamente na comédia, funciona surpreendente bem, com as famosas piadas de um ser de outra dimensão/planeta tentando entender nosso mundo. São poucos momentos assim, mas são extremamente divertidos, destaque para um ótimo product placement (propaganda) da Coca – Cola, que pode ser tido como a melhor sacada do filme.
Sobre o super elenco, digamos que eles também não estão no melhor de sua forma. Matthew McConaughey tem escolhas muito questionáveis. O “Homem de Preto”, se torna uma figura excêntrica demais, em certos momentos até irritante. Cheio de gestos largos, falas eloquentes e fora de contexto que fazem todas as cenas parecerem um discurso. Uma mistura ruim de Capitão Jack Sparrow, Tony Stark e Walter Mercado. Já Idris Elba se esforça e ainda consegue arrancar alguns bons momentos, mas a falta de background do personagem prejudica todo conceito de criação dele.
Enfim, “A Torre Negra”, mantém um defeito que boa parte dos filmes baseados em livros têm, ele confia demais na paixão dos leitores da obra original e se auto projeta, precipitadamente, para suas sequências sem se preocupar com as pontas soltas. O problema é que se o público não entende e compra a ideia no primeiro filme de forma isolada, essa “sequência” fica inviável e tudo vai por água abaixo… Confira o trailer e nossa “Chuck Nota” logo abaixo.