Em cartaz
Sete anos depois do lançamento de Anjos e Demônios, o professor Robert Langdon interpretado por Tom Hanks retorna aos cinemas para o fechamento da sua trilogia, com a velha missão de tentar agradar tanto os fãs do livro quanto dos filmes (em alguns casos, são a mesma coisa).
Baseado na obra do autor best-seller, Dan Brown. O filme Inferno apresenta Robert Langdon (Tom Hanks), o famoso simbologista, colocado em uma trilha de pistas inspiradas na obra-prima de Dante Alighieri. Quando Langdon acorda em um hospital italiano com amnésia, ele se une à médica Sienna Brooks (Felicity Jones), que o ajuda a recuperar suas memórias. Juntos, eles correm pela Europa e contra o relógio para impedir uma tragédia global.
Ron Howard (Uma Mente Brilhante), volta a fazer um trabalho extremamente perfeccionista, e sua direção encorpa bem a narrativa. No entanto, os fãs mais ortodoxos sentirão falta de algo, mais volume de “simbologia”. Estamos acostumados a ver Robert Langdon desde o início dos filmes debulhando mistérios com seus inigualáveis conhecimentos de história e lógica. Em verdade, a plot não exige tanto disso dessa vez, é de longe o menos intrincado dos três.
Ao contrário dos filmes anteriores, o “problema” se encaminha de forma mais previsível. O espectador não demora para descobrir o que está acontecendo ou vai acontecer. A montagem descomplicada ajuda muito, mas o próprio roteiro não faz questão de esconder muito a linha que seguirá.
Dois aspectos se sobressaem e parecem ter evoluído sensivelmente nesse terceiro filme, edição e mixagem de som. É impressionante como cada alfinete caindo, corridas, lutas e etc, podem ser ouvidos com qualidade. A trilha sonora, voltada para o clássico, também está organicamente bem inserida na ação, principalmente na sequência final.
Tom Hanks, como de costume, se dedica e passeia pelo filme, sem precisar de grandes picos de atuação. Felicity Jones (A Teoria de Tudo) cada vez mais presente no cinema (vai estrelar o próximo Star Wars), tem bons momentos no longa, apesar de pesar um pouco a mão nos momentos decisivos. A produção também conta com dois ótimos estrangeiros que vem se consolidando em Hollywood, Irrfan Khan (As Aventuras de Pi) e Omar Sy (Os Intocáveis), o personagem do indiano, porém, é meio difícil de entender, não tem motivações bem definidas. O “serviço” que ele presta é propositalmente nebuloso, mas essa falta de justificativa não funciona para toda sua participação na trama.
Enfim, Inferno também enche os olhos de quem for assistir nas telonas, pelo ótimo design de produção e bom gosto nos efeitos visuais, principalmente com as cenas apocalípticas, lindamente inspiradas na obra de Dante Alighieri. Esse fechamento de trilogia é o menos criativo dos três filmes, mas ainda assim uma parte bastante coerente com a franquia e, uma ideia mais acessível para os não iniciados nas aventuras do professor Robert Langdon. Confira nossa Chuck Nota logo abaixo…