Série nacional acaba de entrar no catálogo da Amazon Prime
Na série os detetives paulistanos Juca Pirama e Capitu Machado vão a Vila Antiga dos Astrônomos para investigar uma série de crimes rituais. Para os ajudar, os heróis do Parthenon Místico são chamados. No centro desse mistério, os arcanos do tarô e uma seita profana envolvendo Pamu, o Venerável!
O “Steampunk” nacional chega a um dos serviços de streaming mais poderosos da atualidade. Se você não tem ideia do que é o “Steampunk” ou “Tecnavapor”, como também é conhecido, a grosso modo, é um subgênero de ficção cientifica que imagina um mundo tecnologicamente avançado numa época em que o motor a vapor seria a principal base. Algo que deriva das ideias de obras Cyberpunks, como “Akira”, que imaginam uma tecnologia avançada para sua época.
Mas vamos a série “A Todo Vapor”, que de forma ousada tenta levar para o live action esse estilo que num primeiro momento não é muito fácil de adaptar.
Criada e dirigida por Enéias Tavares e Felipe Reis, a série certamente tem boas e criativas ideias. A trama é coerente, e ganha consistência com o passar do episódios (principalmente do 4 º episódio em diante).
O jogo de investigação tem méritos em algo que muitas produções maiores pecam, na capacidade de manter o mistério. Como toda a produção do tipo deveria ser, “A Todo Vapor” não corre para entregar a resolução da história (é bem verdade, que efetivamente a série é curta).
Ainda que tente criar uma ligação com a literatura brasileira e a linguagem da época, o estilo de texto e direção ainda lembra muito o formato de teatro, e isso deve incomodar quem está mais acostumado com o dinamismo das produções que chegam ao streaming atualmente.
Também há um dilema difícil de resolver… como construir uma história com base em tecnologia, tendo um orçamento baixo? Apesar da necessidade de exibir elementos tecnológicos, há algumas arestas que poderiam ser aparadas para tornar as ideias mais simples, e assim evitar certos efeitos visuais, que a priori não fazem diferença para a trama, e também não impactam da forma esperada (tais como fumaças saindo do vilão, bullet time e etc).
Em outros aspectos, porém, a série consegue equilibrar melhor o aspecto técnico, como nas criativas locações, que nos colocam nesse universo das máquinas a vapor. Também deve – se destacar o excelente trabalho de figurino, repleto de detalhes.
Entre os atores, destaque para o veterano do audiovisual nacional, Antônio Destro. O elenco ainda conta com o criador, Felipe Reis interpretando Juca Pirama, Thais Barbeiro, como Capitu e Bruna Aiiso (novela “Bom Sucesso”).