Um atentado terrorista no Metropolitan Museum of Art, em Nova York, modifica para sempre a vida do jovem Theodore Decker (Oakes Fegley). Além de sua mãe falecer no evento, ele é incentivado por um desconhecido a levar consigo um quadro lá exposto, O Pintassilgo, além de um anel com o brasão de sua família.

“O Pintassilgo” é um filme de perfil um pouco mais pensativo, especialmente com a ideia de reverberar um fato marcante do passado de seu personagem principal. É tudo focado na forma como o tal atentado molda os interesses do jovem Theo Decker (Ansel Egort).

Theo teve sua vida transformada, tanto pela perda da mãe quanto o mundo diferente que se desenhou depois disso. Basicamente, Theo é acolhido por duas famílias diferentes, que despertam seu gosto mais requintado (ainda que nem um pouco arrogante). A escolha de uma loja de antiguidades como base de núcleo em paralelo com a presença de Nicole Kidman, que mantém seu clássico carisma e porte elegante que combinam perfeitamente com o filme.

É bem verdade que tanto Kidman, quanto o estrelado elenco de coadjuvantes que ainda conta com Sarah Paulson (“America Crime Story”) tem pouco espaço no filme. Isso aparentemente pelos famosos (e necessários) cortes da obra original.

Finn Wolfhard roubando a cena de “O Pintassilgo”

“O Pintassilgo” viaja em flashbacks que podem confundir e dispersar os espectadores. A alternância é muito constante e sempre focada, de forma geral, no afeto do rapaz pelo quadro. Esse vai e volta cria mais inchaço de personagens do que qualquer coisa ao filme.

Um dos momentos mais interessantes do longa é quando o cenário muda completamente. No ambiente do deserto, Théo encontra um amigo improvável e politicamente incorreto que acrescenta um tempero especial a lentidão natural do filme. Boris, vivido por Finn Wolfhard (“Stranger Things”) quebra o andamento do filme e traz um perfil rebelde, gerando belos momentos de Sessão da Tarde anos 80 (a época mais politicamente incorreta da sessão rs).

Enfim, “O Pintassilgo” tem uma história poderosa, não há dúvidas. O filme em si tem um apuro técnico invejável, trânsita por estilos de design de produção com a maior facilidade e elegância possível. É competente em transpor a história. No entanto se vê enrolado na mesma dificuldade da maioria das adaptações de livros, a de transmitir a emoção que a história desperta aos leitores e que o faz ser adaptado. Confira o trailer e nossa “Chuck Nota” logo abaixo.

Chuck Nota3 "Rambo - Até o Fim"