O título do longa francês traz uma alusão mais profunda sobre a questão de divisão das classes sociais. Mas quando adentramos o contexto, ele nos apresenta o conflito da forma mais simples possível, com uma criança que precisa mudar de escola…
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Coco é um menino branco e com boas condições de vida, que é colocado em uma escola pública, onde ironicamente, se torna a minoria que precisa fugir da “maioria opressora”.
De forma muito direta, o filme trata de um tipo “racismo inverso” e estuda o mecanismo de proteção utilizado pelos diversos imigrantes que estruturam a nação francesa.
É como se o diretor Michel Leclerc tentasse acertar as diferenças da sociedade francesa em um filme. Numa França que tem extrema proximidade com valores antigos, mas traz consigo uma necessidade moderna de deixar sua população viver confortavelmente, com suas próprias crenças, para que o país continue a crescer em todos os setores.
Para Leclerc o estudo comportamental das etnias vai do humor que essas diferenças podem proporcionar até a dor que o deslocamento traz.
“Luta de Classes” é uma comédia na concepção da palavra. Com o inconfundível sarcasmo francês e tons de sitcom herdados pela grande maioria das comédias românticas do mundo. E sim, ainda que seja muito superficial defini-lo dessa forma, “Luta de Classes” também é um tipo de comédia romântica.
Leïla Bekhti (“Inimigo Público nº1”) e Edouard Baer (“As Aventuras de Moliere”) tem uma química invejável e são a balança da convivência de etnias diferentes. Mesmo sendo um casal aparentemente bem resolvido e liberal, encontram problemas quando alguns desejos individuais são colocados de lado em pró da convivência, e naturalmente acabam por explodir todos de uma vez. O trabalho da dupla é excelente e impulsionado por diálogos rápidos e bens construídos que fazem o filme passar fluidamente.
Tecnicamente o diretor e roteirista, Michel Leclerc não faz grandes invenções de fotografia ou design de produção (vez ou outra a variação faz falta), pois suas ideias estão mais voltadas para um retrato cotidiano com foco na história, nas trocas e nas descobertas.
Enfim, “Luta de Classes” escorrega em sua despreocupação no final, ao investir em uma caricatura quase desconexa com o resto do filme, o que causa certa ruptura com o nível de comédia refinado apresentado até então. Nada que desabone as boas tentativas de um filme que se propõe a discutir de forma leve, na França, um tema que é delicado no mundo inteiro…
Confira o trailer e nossa “Chuck Nota”, logo abaixo.