O Duro de Matar com Jacarés…
Em “Predadores Assassinos”, uma mulher e seu pai ferido ficam presos pelas águas da enchente em sua casa durante um furacão. Com a tempestade aumentando, eles logo descobrem uma ameaça ainda maior do que a água: um ataque implacável de um bando de jacarés gigantes.
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Logo de cara somos apresentados a uma família ligeiramente disfuncional, com uma filha frustrada com a carreira esportiva e a separação dos pais. O filme não se aprofunda muito nisso e após uma série de decisões discutíveis já entra na plot principal, que é um tipo de “Duro de Matar com Jacarés”.
Porém o roteiro não perde a oportunidade de ficar colocando pequenas falas jogadas de discussão familiar em meio aos ataques iminentes. Assuntos como a separação dos pais ou a pressão de resultados na infância, conversas no mínimo improváveis naquela situação rs.
Os dois personagens principais vividos por Kaya Scodelario (Maze Runner: Prova de Fogo) e Barry Pepper (“À Espera de Um Milagre“) são carismáticos , seguram boa parte do filme. Mas seus tons de “imortalidade”, em algum momento começam a causar estranheza e até graça. Os ataques dos jacarés gigantescos tiram sangue, quebram ossos, mas parecem nunca ser suficiente para matar os personagens (os principais, ao menos). Até que em certa parte você só quer saber como eles vão fugir da situação, pois aparentemente os jacarés não serão capazes de matá-los mesmo, o “risco”, se torna apenas repetitivo.
Um traço forte de “Predadores Assassinos” é estar mais voltado para sátira e comédia do que tensão e terror. A maior prova disso é a trilha do filme, que traz uma música dos anos 50, “See you later, Alligator” de Bobby Charles, que reforça a brincadeira geral do longa.
Os efeitos visuais de “Predadores Assassinos”, deixam bastante a desejar. Nos momentos em que estão mais escondidos, seja pela água, ou pela pouca luz, conseguem passar despercebido. Mas quando os jacarés ficam em foco, se movimentam de forma muito clara e interagem com os personagens de carne osso… bom, ai… vemos um filme do nível de qualquer terror lançado direto pra DVD ou até mesmo do “clássico trash” Pânico no Lago (que é de 1999).
Colabora para a sensação de desconforto com os efeitos, o fato de o filme ser mal editado. A movimentação dos jacarés é muito difícil de entender, e quando entendemos desafia as lógicas da física muitas vezes (pelo menos num primeiro momento, o filme não apresenta nenhum tipo de “alteração” ou “poderes” que justificassem isso).
O diretor francês, Alexandre Aja também perde a oportunidade de trabalhar as surpresas do filme, ou a tensão que o comportamento dos jacarés causaria. “Predadores Assassinos” é previsível, e raramente o diretor não denuncia o que vai acontecer mais a frente.
Enfim, “Predadores Assassinos” é cafona na maior parte do tempo. Não entrar no hype de filme “tenso, aterrorizante” e esperar algo mais na linha dos filmes de terror do Cinema em Casa, dos anos 90, fará com que o tempo de filme (curto – 1h27m) passe mais tranquilamente.
Confira o trailer e nossa Chuck Nota, logo abaixo