Mais um grande sucesso das livrarias chega ao cinema, cercado de expectativas e prometendo ser um grande parceiro das fábricas de lenço de papel.
Protagonizado pelos atores Jacob Tremblay (“O Quarto de Jack”), Julia Roberts e Owen Wilson, o drama narra a inspiradora e emocionante história de Auggie Pullman, interpretado por Jacob Tremblay.
O menino nasceu com uma síndrome genética cuja sequela é uma severa deformidade facial. Pela primeira vez, ele irá frequentar uma escola regular, como qualquer outra criança e precisará enfrentar os desafios que essa nova realidade irá lhe apresentar.
Em verdade, “Extraordinário”, é um filme mais leve do que parece, apesar de partir de uma premissa naturalmente triste pela deformidade do menino, o filme em nenhum momento se entrega a apelação, ou momentos mais drásticos para mostrar o sofrimento de Auggie. Se assemelhando mais a um daqueles filmes de “lição” da Sessão da Tarde, que tem sim uma mensagem bonita, mas não tem a força de um drama impactante sobre diferenças.
Por outro lado, “Extraordinário”, passa mensagens importantes sobre gentileza, e como ela pode quebrar barreiras, para afinal se dirigir ao velho jargão do “Não julgue o livro pela capa”.
Para resumir o contexto, toda a ideia do bullyng e preconceito é exemplificada com a entrada na escola, que naturalmente já é uma fase problemática para quase 100% das crianças. Mas como diz o próprio personagem, é muito mais difícil para alguém que faz outras crianças correrem de medo. Um bom ambiente para se entender a vida de Auggie, mas também abordado sem grande peso, talvez com receio de uma antipatia do público pelo sofrimento do personagem principal.
“Extraordinário”, escorrega quando quer contar muitas histórias ao redor de Auggie, o filme literalmente para os acontecimentos, para introduzir perfis de personagens coadjuvantes, algo que soa desnecessário e nos tira da proximidade que criamos do personagem principal. Justamente, por isso, o roteiro funciona melhor quando está focado no garoto, e até em sua amizade com o personagem Jack Will. A montagem trabalha de forma competente os inchaços da história, o que alivia a quantidade de inserções.
A direção de atuação definitivamente não é um dos pontos altos. Julia Roberts e Owen Wilson parecem no automático, o que é um pouco decepcionante, já o garoto prodígio, Jacob Tremblay é atrapalhado pela maquiagem pesada que o faz naturalmente parecer plastificado nas cenas de maior emoção.
Enfim, “Extraordinário” dá alguns “punchs” de emoção no final, mas essencialmente funciona melhor como um Sessão da Tarde gostoso com pitadas de emoção do que um filme propriamente emocionante, o que não é demérito se visto com essa visão. Confira o trailer e nossa Chuck Nota logo abaixo…