E foi dado o pontapé inicial para o já aguardado Dark Universe da Universal, que realmente parte de uma confiança altíssima em seu primeiro filme, A Múmia. Com Tom Cruise no elenco e outros grandes nomes já contratados para compor esse universo compartilhado, A Múmia chega fazendo barulho para chamar atenção do projeto e tenta pular algumas etapas da “cartilha Marvel de Universo Compartilhado” um erro que o universo da DC também já cometeu.
Na história, a atriz Sofia Boutella interpreta uma antiga princesa cujo destino foi injustamente tirado dela. Sepultada em uma cripta abaixo do deserto, ela despertará nos dias atuais e desafiará a compreensão humana com sua malevolência e terror.
A primeira grande ideia do filme é trazer uma Múmia mulher, e escolher a exótica Sofia Boutella (Kingsman: Serviço Secreto) para o personagem, pois a atriz é ótima, extremamente entregue, e nesse filme traz para a Múmia um ar de perigo misturado com sensualidade, muito interessante.
No mais o desenrolar do filme já começa a dar mostras de ele está mais voltado para o clima da saga recente estrelada por Brendan Fraser , do que para o terror clássico de 1932 com Bóris Karllof. O novo longa chega a ser um pouco infantil em alguns momentos, com algumas piadas pontuais não funcionam que não funcionam na maior parte do tempo (pelo menos para adultos), principalmente as que envolvem o personagem Vail, ajudante de Nick. Vail é um personagem que chega a incomodar, tamanha a falta de necessidade de suas aparições.
Seguindo essa linha mais infanto juvenil o filme é direto e bastante explicativo, tudo que acontece é minuciosamente desenhado por algum personagem como o próprio Vail ou o Dr Jekill.
Esse esquema didático é impulsionado pela pressa de apresentar o falado universo de monstros da Universal, o filme não espera muito para abordá-lo inclusive, não há cenas pós créditos, por exemplo, já na metade de A Múmia somos apresentados a esse conceito. Entre um ou outro easter egg de vampiros, o filme já trata diretamente do clássico o “Médico e o Monstro”.
O diretor Alex Kurztman, varia entre bons momentos como quando coordena a ação de destruição causada pela entidade, mas escorrega na tentativas de forjar situações cômicas de aventura, nesse quesito, Stephen Sommers da trilogia com Brendan Fraser se dava melhor.
Toda a parte técnica de A Múmia é impressionante. A ação é bem coreografada, com uma edição ágil e principalmente, onde se consegue ver com clareza o que está acontecendo. O efeitos visuais também são incríveis, conseguem dar um tom um pouco mais natural a toda a magia, as cenas com a múmia de Sofia Boutella são sempre de encher os olhos, e o próprio design e maquiagem do monstro é digna premiações.
Outro trabalho fora de série é o design de produção do filme, que equilibra paisagens desérticas do Oriente Médio e a Londres clássica com seus túneis, e cenários cheios de detalhes que recebem um Tom Cruise convincente como herói de ação (como de costume) e um Russell Crowe que promete.
Enfim, A Múmia surge como um filme divertido, mas bem diferente do que se esperava, e também com menos peso. Apesar de toda a responsabilidade de “ressuscitar” os monstros da Universal, em resumo, é justamente essa parte que não funciona tão organicamente no filme, quando a aventura de Tom Cruise se foca no mundo da Múmia, ela vai muito melhor. Confira o trailer e nossa Chuck Nota logo abaixo.