Ontem rolou aqui em São Paulo um super evento de lançamento de Logan (confira o trailer aqui), com a presença de ninguém menos que o próprio Hugh Jackman, e o Has Tela Vista estava lá para conferir tudo (transmitimos ao vivo para o Facebook). Confira logo abaixo como foi a coletiva.
Hugh Jackman começou agradecendo o carinho dos brasileiros…
“O Brasil tem apoiado muito o Wolverine e o X-Men. Eu queria muito vir aqui para dizer obrigado”
Pergunta: O que você se lembra do início do projeto X-Men? Você imaginou que ficaria tanto tempo com o personagem?
Hugh Jackman: Nunca tinha ouvido falar nos X-Men, eu conhecia uma banda de Rock com esse nome, mas fiquei imaginado porque fariam um filme deles (risos). Quando li o roteiro e a descrição do Wolverine, um cara que tinha garras saindo das mãos, achei ridículo. Era uma época totalmente diferente para os filmes de super heróis, Kevin Feige que hoje é o grande nome da Marvel Studios, na época era o assistente de produção, cuidava do nosso dia a dia.
O que você extraiu do Wolverine ao longo desses anos e o que Logan traz de novo?
Hugh Jackman: Logan é sobre a história, sobre a força do personagem. As pessoas perguntam se eu vou sentir saudades do Wolverine, mas eu não vou, porque ele nunca vai sair de mim. Essa é a história mais profunda desse personagem. Eu fico emotivo de ver o quanto cresci com esse papel, o quanto ele me ensinou. Sempre senti que existia uma história mais profunda pra contar.
Pergunta: Tem se falado muito sobre a violência do filme, mas vocês também mostram as consequências dela, qual a importância disso?
Hugh Jackman: Não é um filme para crianças com certeza, mas nós não o pensamos assim (a respeito de classificação etária), só fizemos o filme como tinha de ser feito. É preciso entender a violência, nesse filme as coisas tem peso, as pessoas não saem batendo as roupas depois de uma explosão, quando as pessoas morrem, elas morrem. Logan foi criado como uma máquina de destruição e está vivendo as consequências disso.
Pergunta: Qual foi sua sensação ao terminar tudo, você sentiu um aliviado?
Hugh Jackman: Satisfeito, não queríamos fazer um filme de quadrinhos, queríamos fazer um filme
que não fosse classificado com gêneros. E esse é o filme de Wolverine que eu quero indicar no futuro. É como se eu fosse um jogador de futebol do Brasil jogando a última Copa. É bom jogar, mas se ganhar é ainda melhor, e acho que chegamos no ponto que queríamos.
Pergunta: Logan é um roadmovie dramático e realista, o que te inspirou?
Hugh Jackman: Os quadrinhos de Old Man Logan com certeza são a grande inspiração. Os Imperdoáveis foi outra , eu lembro de assistir aquele filme e torcer pra ele (Clint Eastwood) sair daquela situação no bar, mesmo sabendo que era quase impossível. James Mangold teve a ideia da X23, da demência de Charles, de fazer uma mistura de pequena Miss Sunshine com algo de faroeste e eu adorei.
Pergunta: Gostaria que você comentasse essa evolução do gênero super herói e como Logan está situado nisso?
Hugh Jackman: 17 anos atrás a Comic Con San Diego era muito menor, tinha no máximo umas 50 mil pessoas, hoje tem meio milhão, todos os estúdios querem estar lá, e brigar pelos fãs, a própria Marvel não ia bem na época. Filmes de super heróis eram uma pequena parte da indústria. Isso tudo foi uma revolução, Christopher Nolan, ajudou muito, mas principalmente Bryan Singer que fez algo totalmente inesperado em 2000, aquela primeira cena de X-Men era surpreendente. Ele não deixava a gente ler quadrinhos no set, dizia que precisávamos ser reais, que o filme era sobre segregação. Acho que Logan é um novo caminho, muito autêntico, como Deadpool que é um grande filme em sua originalidade.
Pergunta: Nesses 17 anos você fez muita coisa além do Wolverine, quais são seus planos daqui pra frente?
Hugh Jackman: Ficar mais com a família principalmente, é um rotina muito pesada. Quero receber e avaliar novos projetos. Estou fazendo um musical agora que é totalmente diferente do que acabei de fazer com Logan.
Pergunta: Deadpool deu uma guinada nos filmes de super heróis e o Logan pegou um personagem famoso e o colocou num filme mais pesado, qual o próximo passo na sua opinião? O que você gostaria de ver nesse universo?
Hugh Jackman: Filmes podem ser ótimos em muitos sentidos, mas eles tem que tocar você de alguma forma. Eu acho que o segredo desse filme é não ser pensado como quadrinhos, ele é um filme apenas, com um personagem forte. É sobre família, envelhecimento, sobre a vida. Meu sonho é que a gente consiga fazer as pessoas olharem o filme de maneira revolucionária. Ele é muito autêntico. Rezo para o fãs do Wolverine falarem: ‘Finalmente, é esse Wolverine que eu quero ver’.
Pergunta: O que você faria de diferente no primeiro X-Men?
Hugh Jackman: Eu não faria o teste com plumas (risos), tinha acabado de sair de uma peça. Eu não frequentava academias, e tirava sarro de quem frequentava, era ridículo. Falei para os produtores que entrava em forma rápido e você assistindo o primeiro filme percebe que eu não estava, tão em forma assim. Não importa sua idade, descobri que ter o corpo do Wolverine, não leva só três semanas. Era uma realidade diferente.