Em tempos onde os super heróis finalmente encontraram seu espaço, (pelo menos falando em Marvel), os games são aguardados como a próxima etapa das “franquias Nerd” nos cinemas. Assassin’s Creed é um dos games mais aclamados dos últimos tempos, vendeu mais de 100 milhões de cópias no mundo inteiro, e parece ter assumido para si a coragem de literalmente “adaptar” uma mídia para outra.
<CONFIRA TAMBÉM NOSSO REVIEW DE ASSASSIN’S CREED EM VIDEO>
Por meio de uma tecnologia revolucionária que destrava suas memórias genéticas, Callum Lynch (Michael Fassbender) experimenta as aventuras de seu ancestral, Aguilar, na Espanha do século XV. Callum descobre que é descendente de uma misteriosa sociedade secreta, os Assassinos, e acumula conhecimentos e habilidades incríveis para enfrentar a organização opressiva e poderosa dos Templários nos dias de hoje.
São dois filmes diferentes que se completam para costurar a complexa plot à respeito da “herança genética”. A interação com a máquina “Animus” é essencial para a premissa, e com mudanças visuais significativas, o diretor Justin Kurzel consegue manter de forma competente a ligação do usuário com seu ancestral. Os cortes que mostram os golpes sendo executados no presente com a ajuda da máquina e no passado pelo ancestral, valorizam as habilidades do assassino do passado e impressionam visualmente.
Tudo que se passa no passado é mais interessante do que no presente, a começar pela direção de arte que é primorosa em reproduzir o visual que os fãs estão acostumados, em mínimos detalhes, vale destacar o figurino impecável e as construções históricas. Já no presente, Assassin’s Creed se apresenta como um Sci-Fi futurista, com uma paleta de cores esbranquiçada, e certo didatismo para apresentar o mundo em que vivem, o que proporciona uma tentativa frustrada de introduzir uma reflexão sobre violência, que não convence principalmente nos discursos repetitivos da pouquíssimo inspirada Marion Cotillard.
<Saiba quais são os filmes mais aguardados de 2017>
Um dos acertos do filme é não tentar simular um vídeo game e nem fazer fan services inúteis. Não há compromisso com tomadas que sejam exatamente iguais as dos games, ou frases sem contexto. No entanto, é preciso deixar claro, que apesar de tomar suas liberdades, Fassbender (ator e produtor) e Kurzel encontram o equilíbrio entre o respeito aos conceitos da série e as adaptações necessárias para torná-la um filme. O roteiro não tem tempo de trabalhar com perfeição as várias explicações que o filme precisa, e inteligentemente se foca no básico (Animus, Maça do Éden, Assassinos vs Templários), na esperança de que esse cânone possa ser aprofundado mais a frente.
Michael Fassbender (mais conhecido como Magneto dos X-Men) dá conta do recado, apesar de sofrer uma “Wolverinização” em boa parte do longa. Launch, tem muitas pontas soltas, que podem ser relevadas num primeiro momento, mas precisam ser resolvidas no próximo filme. O personagem é um grande mistério do início ao fim, o que não impede que as linhas mais interessantes da história venham justamente quando se conhece mais dele e do antepassado, Aguilar.
Outro ponto que vai pegar o público em Assassin’s Creed são as cenas de ação, que abusam do Parkour, efeitos práticos e tomadas aéreas que dão um tom ainda mais impressionante as sequências. As coreografias das lutas são pesadas, tem golpes contundentes impulsionados por uma sonorização de alto nível, você sente cada soco, cada lâmina, ainda que a produção esconda o sangue para diminuir a classificação etária.
Enfim, se não representa a grande “revolução” no gênero vídeo – games no cinema, Assassin’s Creed mostra um caminho interessante e digno, longe de seus descartáveis antecessores, como Warcraft e outros… Confira o trailer e nossa “Chuck Nota”, logo abaixo…