O sucesso alcançado por Star Wars: O Despertar da Força, deu nova vida a franquia (como se ela precisasse) e para aproveitar esse boom, a Disney que sabe muito bem aonde quer chegar com a marca, resolveu apostar nos Spin- Offs e dar ao público o que ele quer… consumir mais e mais desse mundo Star Wars.
Diz a lenda que Rogue One – Uma História Star Wars foi criado a partir de uma passagem dos famosos letreiros de Star Wars: Uma Nova Esperança (Guerra nas Estrelas), onde diziam que os planos da Estrela da Morte tinham sido roubados pela Rogue One, oferecendo uma nova chance para Aliança Rebelde. Porém, a história dos tais heróis que forneceram esses planos jamais foi revelada, sete filmes e algumas décadas depois, finalmente conhecemos essa passagem mais afundo, que está situada entre os episódios III e IV.
No filme, ainda criança, Jyn Erso (Felicity Jones) foi afastada de seu pai, Galen (Mads Mikkelsen), devido à exigência do diretor Krennic (Ben Mendelsohn) que ele trabalhasse na construção da arma mais poderosa do Império, a Estrela da Morte. Criada por Saw Gerrera (Forest Whitaker), ela teve que aprender a sobreviver por conta própria ao completar 16 anos. Já adulta, Jyn é resgatada da prisão pela Aliança Rebelde, que deseja ter acesso a uma mensagem enviada por seu pai a Gerrera. Com a promessa de liberdade ao término da missão, ela aceita trabalhar ao lado do capitão Cassian Andor (Diego Luna) e do robô K-2SO.
Confira nossa crítica de Star Wars: O Despertar da Força
Sem dúvida o filme está contextualizado com o mundo de Star Wars, mas ao contrário do ótimo e divertido Despertar da Força, Rogue One parece ter escolhido o lado errado das trilogias. Em determinados momentos lembra a chamada “trilogia nova” dos anos 2000, o que não é bom… É claro, que o filme foge dos excessos de George Lucas, há muito menos 3D e mais efeitos práticos, criaturas mais orgânicas, como filme é mais bem resolvido que os três, não há o que se discutir quanto a isso, mas o clima arrastado, deixa Rogue One muito mais próximo do episódio III da saga, do que clássico Guerra nas Estrelas.
A edição parece prolongar a história simples que o roteiro propõe. Há um tentativa de fazer dele um grande épico, quando o roteiro apenas pede por um bom filme de assalto/ação no espaço. A introdução de Jyn é feita de forma competente, mas os outros personagens são “jogados” na narrativa, literalmente se tropeça em personagens que entram na história sem um mínimo de background que justifique. O segundo ato é irregular e traz uma incômoda sensação de ser um filme difícil para os não iniciados na franquia, ao apresentar uma série de conceitos que não funcionam isoladamente. Aliás, é engraçado ver como esse Rogue One funciona menos como filme único do que o próprio Despertar da Força. O simpático filme protagonizado por Rei, Finn e BB8 trazia uma história redonda, sem grandes novidades, mas que permitia que os “empolgados” com a moda Star Wars fossem assistir e entendessem quase 100% daquele universo, mesmo sem conhecer bem os outros filmes. Já Rogue One é mais sisudo e feito para os fãs (adultos). Não há nada de errado em fazer filmes para fãs, o problema é vender como um Spin Off, um filme que claramente não funciona como peça única.
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A falta de carisma do elenco é outro ponto perceptível, você não consegue torcer pelos personagens, não consegue se emocionar com eles ou por eles, é tudo muito frio, com olhares combinados. Uma incapacidade de dirigir atores, já demonstrada antes pelo superestimado diretor Gareth Edwards (Godzilla). Mesmo atores requisitados como o mexicano Diego Luna e a indicada ao Oscar, Felicity Jones, não conseguem entregar nada de que possam se orgulhar, principalmente quando o filme flerta com algum drama ou romance.
Os destaques ficam para Forest Whitaker que viveu o rebelde Saw Guerrera, um pouco afetado, é verdade, mas bastante bem construído como personagem, e infelizmente pouco explorado no filme. Outro que consegue demarcar território, é Donnie Yen, muito conhecido por suas habilidades em artes marciais (que aparecem no filme també), o ator chinês acaba se mostrando uma grande surpresa em termos de atuação, injetando uma verdade e simpatia em seu personagem, que nenhum dos outros consegue emplacar. Além dos dois, o filme também não decepciona em termos de trilha sonora, com algumas revisões do clássicos gravados por John Williams.
A ação inspirada em filmes de guerra, as vezes parece previsível e escura demais, assim como um tanto quanto lenta paras as situações desesperadoras dos personagens.
Falta falar sobre a aguardada presença de Darth Vader, um dos personagens mais famosos da história do cinema que por si só, vale toda a curiosidade criada. A presença do supervilão não decepciona, é hipnotizante, você nota quando ele vai surgir, mas isso não abaixa as expectativas e deixará o público com vontade de ver um pouco mais do personagem (se isso for possível).
Enfim, Rogue One: Uma História Star Wars tem em seus 10 minutos finais, com certeza, o que há de melhor no filme inteiro. Uma pena, porém, que esses momentos sejam baseados em fan service puro, e soem como um truque para fazer os fãs saírem das salas empolgados, independentemente do que viram antes… Confira nossa “Chuck Nota” e trailer logo abaixo.