Estréia: 23/06/2016
Finalmente, 20 anos depois pude ver a continuação de Independence Day, um dos meus filmes favoritos na infância. Ficção científica viajante, cheia de ação, loucuras, destruição, humor, enfim, um verdadeiro clássico pipocão dos anos 90… Mas vamos nos acalmar, colocar os pés no chão, e falar sobre Independence Day: O Ressurgimento.
Após o devastador ataque alienígena ocorrido em 1996, todas as nações da Terra se uniram para combater os extra-terrestres, caso eles retornassem. Para tanto são construídas bases na Lua e também em Saturno, que servem como monitoramento. Vinte anos depois, o revide enfim acontece e uma imensa nave, bem maior que as anteriores, chega à Terra. Para enfrentá-los, uma nova geração de pilotos liderada por Jake Morrison (Liam Hemsworth) é convocada pela presidente Landford (Sela Ward). Eles ainda recebem a ajuda de veteranos da primeira batalha, como o ex-presidente Whitmore (Bill Pullman), o cientista David Levinson (Jeff Goldblum) e seu pai Julius (Judd Hirsch).
Somos apresentados a um planeta Terra que evoluiu bastante desde o primeiro acontecimento, e que aparentemente é super precavido quanto a novos ataques. Independence Day: O Ressurgimento se observado com atenção, tenta repetir a fórmula do clássico de 1996, bem ao estilo dos reboots que fizeram sucesso recentemente como Jurassic World (relembre aqui), Star Wars: O Despertar da Força (veja o que achamos aqui). Todos filmes que mesclam o passado com o futuro das franquias, apostando numa história parecida com a do filme original. Acredite, as ideias mais simples e inacreditáveis ainda podem vencer E.Ts (quem lembra como os humanos resolveram a situação no primeiro filme sabe do que estou falando rs).
Ao contrário do que se espera de um filme com tantos elementos em cena, Roland Emerich (O Dia Depois de Amanhã) consegue administrar tudo muito bem e mostrar a ação acontecendo (diferente de Tartarugas Ninja, por exemplo). E quando o assunto é destruição não tem ninguém no mercado como Emerich. A forma como ele dá realismo a catástrofe é uma aula. Roland Emerich faz de Independence Day um daqueles filmes que você pode gostar ou não, mas ver no cinema é essencial, por sua grandiosidade e estilo pipocão que ele mesmo ajudou a pavimentar nos anos 90.
Algumas menções e a própria presença de personagens antigos servem como fã service, tentam despertar a nostalgia daqueles que como eu cresceram assistindo Independence Day repetidas vezes na Sessão da Tarde. Efetivamente a “experiência” dos veteranos não desequilibra tanto a balança na hora de enfrentar os E.Ts.
Independence Day: O Ressurgimento é um show de efeitos visuais que são usados da forma correta, ajudam a dar corpo ao filme, tem importância narrativa, e principalmente são bem feitos. Mesmo quando entrelaçados a um festival de clichês de todos os tipos, quase outro fã service para quem se acostumou com os do primeiro longa. Inclusive o nacionalismo e heroísmo americano sempre um “pouco” exagerado
A nova geração da franquia foi formada no estilo “Power Rangers”, um grupo jovem cheio de atitude, cada um com uma característica, tudo certo, se não fosse a falta de carisma dessa turma… Você não consegue comprar os dramas e motivações de nenhum deles. Liam Hemsworth tenta assumir o papel do aventureiro corajoso e inconsequente com seu jeito naturalmente forçado de ser, enquanto Jessie Usher que vive o filho do Capitão Hiller (Will Smith) é insosso, parece apenas compor elenco. Resumindo, junte a equipe inteira dessa nova geração e eles não conseguem chegar no carisma e domínio de tela de UM Will Smith (comparando ainda com o Will 96, em início de carreira).
Por causa disso Independece Day: O Ressurgimento tem dificuldades de encaixar momentos engraçados, as piadas parecem fora de tempo, tipico de atores que não tem muita habilidade para comédia. Os momentos que mais tiram risadas são protagonizados justamente pelo elenco de 1996, principalmente Jeff Goldblum (Dr. Levinson), Brent Spiner (Dr. Okun) e Judd Hirsch (o pai de Levinson).
O roteiro falha em desenvolver as relações, nada parece estar resolvido. Existe uma tensão entre os personagens de Liam Hemsworth e Jessie Usher, extremamente mal explicada, e usada como desculpa para tentar dar peso e achar assunto quando a dupla tiver de trabalhar junta
Enfim, Independence Day: O Ressurgimento não é nada sútil ao dar pistas para uma possível continuação (na verdade eles te falam o que vai acontecer literalmente), mas afinal, desde quando se assiste Independence Day esperando sutileza, não é mesmo? O filme entrega exatamente o que se espera, faz você se divertir, ver E.Ts tendo seus traseiros chutados, destruição em massa, tudo que se viu no primeiro, sem a mesma inspiração e criatividade, mas mesmo assim ainda o tornando um bom passatempo para quem curte Ficção Cientifica com Ação e principalmente para que sabe aproveitar a experiência da telona nesse tipo de filme… Confira nossa Chuck Nota logo abaixo…