Chega aos cinemas essa quinta – feira aqui no Brasil o novo filme da Disney Pixar, Procurando Dory (que já bateu recordes de bilheteria como falamos aqui). Continuação do já clássico Procurando Nemo. No filme quando Dory repentinamente se lembra de que tem uma família em algum lugar que pode estar procurando por ela, o trio embarca em uma aventura que vai mudar suas vidas cruzando o oceano em direção ao prestigioso Instituto da Vida Marinha (IVM) na Califórnia, um centro de reabilitação e aquário.
Como eu gostei pra caraca de Procurando Dory a crítica hoje vai ser no formato “5 Motivos” e no final também tem Chuck Nota.
1 – Como fazer uma boa continuação sem repetir o filme anterior?
Essa é provavelmente uma das questões mais difíceis para os produtores de uma franquia. No caso de Procurando Nemo, era difícil imaginar de onde tirariam uma continuação , “vão fazer o Nemo se perder de novo?”. Mas estamos falando da Pixar, e quando o estúdio está envolvido, nunca espere o caminho mais fácil (mesmo que as vezes escolham colocar a plot de espionagem num filme como Carros 2). Procurando Dory é uma continuação de Procurando Nemo, não um reinício, por um momento você até pensa que a premissa é a mesma só trocando os personagens (Dory perdida), mas o filme aborda mais do que isso. Novamente o mote familiar é muito forte, o valor das relações está sutilmente colocado em cada cena e a busca aqui é diferente.
Ótimos personagens coadjuvantes
Nós já comentamos aqui algumas vezes, mas sempre vale relembrar. Não existe animação boa, que não tenha excelentes personagens coadjuvantes (e existe filme bom sem bons coadjuvantes? conversa para outro post). Procurando Dory não foge dessa “regra”, e de forma raramente inteligente, inverte o protagonismo do filme. Sim, porque estamos cansados de ver spin-offs que são chatissimos justamente por se dar holofotes a personagens coadjuvantes sem o contexto certo (Minions, Pinguins de Madagascar e etc). Mas esse não é um Spin-off… Nemo está lá, o pai de Nemo está lá, e ambos participam ativamente da história que dessa vez acontece ao redor de Dory, mas não exclusivamente para Dory. Fora o trio, o filme apresenta uma série de novos personagens extremamente carismáticos como: Hank (voz original de Ed O’Neill), um polvo briguento que frequentemente dá um perdido nos funcionários; Bailey (voz original de Ty Burrell), uma baleia branca que está convencida que suas habilidades de ecolocalização não funcionam mais; e Destiny (voz original de Kaitlin Olson), um tubarão baleia míope.
Técnica de Animação
Eu já ouvi muita gente dizer que elogiar técnica de animação é bobagem, porque com a tecnologia de hoje não existem mais animações ruins… Ledo engano (veja Tarzan: A Evolução da Lenda e volte aqui). É claro, que no caso de Pixar, Disney e DreamWorks, você pode discordar do estilo de animação, mas dificilmente entregarão um trabalho errado, ruim tecnicamente. A animação está belíssima, principalmente quando há interação dos personagens fora da água, e vemos com clareza o mar, as ondas e etc. Tudo muito real. E ainda tem um curta metragem antes do filme que mostra uma história dos pássaros da praia que também está lindissimo.
Diversão
Ainda que aqui caiba uma crítica, pois o filme demora para engrenar seu lado mais engraçado. Procurando Dory pega o embalo e as piadas vão te conquistando aos poucos, principalmente quando surgem os novos coadjuvantes. As características individuais deles já tendem a tirar risadas, mas as sacadas são excelentes, e para quem assistir dublado tem uma piada genial com a Marília Gabriela que é repetida várias vezes (e você vai rir em todas elas). Também tem o lado aventura que não poderia faltar e um toque especial, o fato de os personagens não poderem se locomover fora da água, isso faz das cenas ainda mais engraçadas e intrigantes (pois você fica tentando entender como as sequências vão acontecer rs)
Reflexão e Emoções
Há tempos as animações deixaram de ser aqueles filmes totalmente despretensiosos para crianças (o que não tinha nada de mal), para inserirem mensagens um pouco maiores de fundo e atrair um público adulto. Foi o caso do genial Divertida Mente (relembre nossa crítica aqui) que agrada crianças e adultos por motivos diferentes. Procurando Dory não tem um trabalho tão carregado quanto esse antecessor, mas traz o essencial para a reflexão e o despertar de emoções que a Pixar conhece bem. Sem dúvida o principal tema é a família, e como elas podem ser diferentes, especiais, mas sempre únicas e insubstituíveis. Como as famílias podem surgir das situações mais inesperadas que o destino propõe, para Dory o exemplo de quem encontrou em Nemo e seu pai uma família para si mesma, antes de lembrar que tinha uma. É a bela forma da Pixar abordar e respeitar as diferenças…
É isso aí, confira nossa Chuck Nota logo abaixo.