Estréia: 07/04/2016
Em 2013, Invasão à Casa Branca foi um verdadeiro presente para nós fãs de ação. Um daqueles filmes que você vê várias vezes e não cansa, como os bons clássicos dos anos 80. Ação de qualidade, ótimas lutas, clima de suspense, Gerard Butler chutando traseiros, um filme despretensioso com poucos cenários, muito comparado a Duro de Matar na época, já que Gerard tinha que se virar para lutar contra terroristas usando só os recursos disponíveis na Casa Branca. Enfim, o filme era realmente excelente, inclusive o colocamos em nossa lista dos melhores de ação em 2013 (confira aqui ), qual não foi nossa expectativa quando surgiu a notícia de que Invasão à Casa Branca se tornaria uma franquia… Puxa uma franquia de ação simples, muito mano – a – mano, claustrofóbica, ótima pedida… isso se o segundo filme tivesse mantido essa identidade que tanto gostamos no primeiro.
Em Invasão a Londres, com a morte misteriosa do primeiro-ministro britânico, a presença dos líderes mundiais no seu funeral é indispensável, tornando o evento uma ótima oportunidade para destruir grandes monumentos e assassinar os governantes mundiais. É o que acontece, mas, com sorte e a ajuda de Mike Banning (Gerard Butler), o presidente dos EUA Benjamin Asher (Aaron Eckhart) consegue escapar. Responsável pelo ataque, um dos terroristas mais procurados do mundo não se dá por vencido e, enquanto Benjamin luta pela sobrevivência, o vice-presidente Trumbull (Morgan Freeman) se esforça para derrotar o criminoso.
O filme começa com aquela velha proposta de Os Imperdoáveis, e vemos Mike Banning prestes a entregar sua demissão ao presidente, mas antes se vê diante de um último e derradeiro serviço, o de protegê-lo no evento mais visado (e teoricamente mais seguro) do mundo. Uma premissa interessante, já que o personagem Mike Banning já vinha de vários problemas no primeiro filme até provar seu valor salvando o presidente do grande ataque.
Das muitas formas de colocar o presidente americano e os maiores líderes mundiais em perigo em Londres, o roteiro escolhe a forma mais inexplicável possível, com furos gigantescos, difíceis de aceitar, mesmo para quem só está interessado em se divertir com a boa ação que viu no primeiro longa. Os líderes mais importantes do mundo vão a um funeral em Londres, o filme faz questão de mostrar que cada nação monta um esquema de segurança especial para o local e mesmo assim as coisas acontecem em cima de uma má vontade narrativa inacreditável.
Uma pessoa já havia previsto isso, justamente quem mais faz falta a essa sequência, o ótimo diretor Antoine Fuqua (Dia de Treinamento, O Protetor ambos com Denzel Washington e o próprio Invasão à Casa Branca), ele recusou dirigir essa sequência depois de ler o roteiro e achar muito fraco, então, foi substituído pelo desconhecido Babak Najafi. O resultado dessa troca é um belo desastre em termos de qualidade de produção.
O filme abandonou o bom estilo ação old school que trouxe no primeiro, com cenas de luta bem coreografadas, ambientes mais fechados, tiroteios realistas para se transformar num megalomaniaco filme de “super – herói” com baixo orçamento, do estilo de ação mais crua mesmo só sobraram as frases de impacto
Invasão a Londres exagera na quantidade de efeitos em C.G.I, principalmente porque claramente não há orçamento no filme para isso. É tudo muito mal feito, a destruição da cidade de Londres é estranhamente falsa e fora de escala, visivelmente artificial, tal como as perseguições de helicóptero que mais lembravam um vídeo game mal finalizado. Problemas de design de produção que poderiam muito bem ser evitados se o filme não fosse tão pretensioso, afinal se não havia dinheiro para fazer “Os Vingadores”, porque não simplesmente fazer o que esperávamos? Uma continuação do Invasão à Casa Branca, respeitando as características do filme efetivamente.
O enquadramento das cenas também parece um pouco perdido diante na quantidade informação que o diretor quer mostrar, muitas vezes com pouca luz o que dificulta a visibilidade, exceto quando você é surpreendido pelos tiros em 3D que mais parecem raios lazer no meio do escuro.
A edição e mixagem de som é boa, o que é cartilha básica para um filme de ação, possivelmente o melhor elemento do filme, sempre na altura certa com trilhas bem inseridas. O carisma de Gerard Butler, Aaron Eckart e Morgan Freemam ainda sustenta nosso interesse, cada um faz seu próprio durão, e nos entregam alguma verdade em suas cenas, além de ficar com eles a responsabilidade de trazer bons alívios cômicos nos diálogos recheados de ironia e bons clichês.
Enfim, Invasão a Londres ameaça retomar sua personalidade quando da metade pra frente acontecem as boas lutas corpo a corpo, como na sequência final onde os protagonistas se veem fechados num cubículo contra os vilões e, aí sim temos aquela velha diversão oitentista, que mesmo assim é atrapalhada pela fotografia ruim.
A franquia “Invasão” começou mirando e acertando no lugar certo, mas em sua segunda missão parece que alguém mexeu no fuzil e descalibrou muito … Confira nossa Chuck Nota logo abaixo…