Essa quinta – feira chega aos cinemas um dos grandes favoritos ao Oscar desse ano. Com 12 indicações, O Regresso é o novo filme do cultuado Alejandro G Inarritu vencedor do Oscar 2015 com Birdman, e traz Leonardo Di Caprio aparentemente na maior chance que já teve de deixar de ser o meme da internet e ganhar seu primeiro Oscar.
Em O Regresso é 1822. Hugh Glass (Leonardo DiCaprio) parte para o oeste americano disposto a ganhar dinheiro caçando. Atacado por um urso, fica seriamente ferido e é abandonado à própria sorte pelo parceiro John Fitzgerald (Tom Hardy), que gahou para protege-lo. Entretanto, mesmo com toda adversidade, Glass consegue sobreviver e inicia uma árdua jornada em busca de vingança.
O já conhecido estilo predominante de Inarritu, o plano sequência (plano filmado de uma só vez, sem cortes), retorna aqui as vezes com uma simulação bem competente da técnica. O diretor novamente mostra um grande talento para fazer a principal função de um diretor, administrar cenas. Logo nos primeiros momentos do filme uma super sequência de ação nos deixa vibrados durante a batalha entre os índios e os caçadores. Trata-se de um set gigantesco com centenas de figurantes ensaiados a exaustão em cada canto da tela.
As belas tomadas contemplativas das paisagens do Canadá e a fotografia impecável são outros destaques. Sempre com a câmera muito próxima das cenas e alinhadas a posição do ator, a visão da equipe de fotografia de Inarritu torna toda a jornada de sobrevivência de Glass ainda mais intimista e impressionamente dolorosa.
O roteiro é bem amarrado, mas carrega uma “gordurinha” desnecessária para o objetivo final do longa, um drama mal explicado do núcleo indígena que parece esquecido na conclusão do filme, principalmente quando pensamos em seu mot principal que é a vingança em sua forma mais brutal.
Algo que não se espera de um filme como esse, mas que Alejandro G Inarritu sabe trabalhar muito bem, são os efeitos visuais, realmente impressionantes principalmente no casamento quase imperceptível entre C.G.I e cenas de externas, executado a perfeição pelo último Planeta dos Macacos: O Confronto. A já famosa cena do ataque do urso pode causar duas reações. Primeiro você não piscar de tão ritmada e realista, segundo você não aguentar ver e fechar ao menos um dos olhos, justamente pelo mesmo motivo.
Há tempos também não se vê uma maquiagem tão bem aplicada, os incômodos ferimentos de Leonardo di Caprio fazem o filme entrar claramente como um dos favoritos nesta categoria.
O elenco se entrega de cabeça a forte história, destaque óbvio para os dois protagonistas. Tom Hardy novamente se coloca numa posição de ator promissor, com uma criação de personagem difícil, duro, cheio de uma mágoa extremamente convincente. Uma pena (pra ele) que Sylvester Stallone resolveu dar um show esse ano e, é favoritíssimo na categoria coadjuvante. Sobre Leonardo Di Caprio, o astro deixa qualquer estrelismo de lado para enfrentar uma atuação física pesada e sacrificante. Muitos têm dito que esse não é o melhor personagem de Di Caprio, de fato não é, mas Leonardo Di Caprio não está concorrendo com ele mesmo em outros anos, e acredite sua atuação é melhor do que as dos outros 4 concorrentes desse ano (e não é a primeira vez), dessa vez vai ser muito difícil não lhe premiar.
Enfim, O Regresso é repleto de metáforas, principalmente relacionadas aos momentos importantes da vida e o verdadeiro valor da vingança quando concluída. O Regresso é visceral e bastante sensorial, uma experiência maximizada no cinema em todos os seus detalhes, imersão de primeira qualidade naquele que é sem dúvidas um dos melhores filmes do ano e chega com força na batalha pelo Oscar. Confira nossa Chuck Nota logo abaixo…