O Último Caçador de Bruxas | Crítica

Amaldiçoado com a imortalidade, o caçador de bruxas Kaulder (Vin Diesel) é obrigado a enfrentar mais uma vez sua maior inimiga e unir forças com a jovem bruxa Chloe (Rose Leslie) para impedir que uma convenção espalhe uma terrível praga pela cidade.

Lembro-me de que, quando vi o trailer e as primeiras imagens de O Último Caçador de Bruxas me
interessei muito pela parte medieval, onde o Vin Diesel está ali com uma
aparência mais suja, bem diferente do que costumamos vê-lo. Naturalmente o
filme começa por essa época, e começa bem, com uma direção de arte um pouco
mais escura, algumas tomadas fechadas bem inteligentes, são primeiros minutos que empolgam o
espectador, uma pena que são exatamente apenas alguns minutos. Logo a fase
medieval é substituída por um cenário moderno, onde o Toretto, digo Vin Diesel, retoma sua aparência habitual e o filme inicia uma jornada desnecessariamente
arrastada.

O roteiro tenta explicar tudo nos mínimos detalhes, fato que
prolonga e faz o filme cansar em alguns momentos, principalmente no segundo ato. A
insistência em mostrar, por exemplo, flash backs com a família de Kaulder se torna
dispensável já na segunda vez que acontece, até porque, Vin Diesel não parece sofrer tanto com a tal maldição da eternidade que lhe foi dada. O Último
Caçador de Bruxas traz uma mistura de Van Helsing com Constantine com a diferença de que esses filmes citados são mais objetivos na hora de contar suas histórias (mesmo ambos tendo muitas críticas).

Em O Último Caçador de Bruxas, se perde muito tempo com histórias e plots paralelas, ao ponto do plot twist ser consideravelmente previsível.  O filme falha em alguns
aspectos básicos como a apresentação dos personagens principais e seus reais
objetivos.  No caso de Kaulder, um dos
impasses é de onde vem  o ódio pelas
bruxas e porque esse ódio se ameniza quando lhe é conveniente (a convivência com a
jovem bruxa Chloe). Há também incoerências quanto ao embate de Kaulder e a
rainha das bruxas, teoricamente bem mais poderosa do que ele.

O diretor Breck Eisner tem algumas fagulhas de criatividade
a serem valorizadas, principalmente quando sai do âmbito mais urbano. Os efeitos
visuais são honestos, as interações com o C.G.I ficam bem palpáveis, exceto pelo
excesso de uso de cenas com cabos, que tiram a naturalidade de alguns movimentos.

Quando o filme está em ação mesmo, segura sua atenção, o problema é que até a
terceira parte pouco se vê Vin Diesel efetivamente em ação. A trilha sonora crescente sempre tenta criar momentos épicos antes deles acontecerem, o que acaba soando como um truque para encorpar o filme.

Sobre o Vin Diesel, bom não há muito o que se esperar ou
reclamar sobre o Vin Diesel. Ele é o que conhecemos dele, as vezes tenta se
levar a sério demais, mas é um “cara da ação”  (e dos mais lucrativos), nesse quesito Vin sempre consegue resultados
melhores do que nas piadas que tenta nesse filme, por exemplo. Os
outros grandes nomes são Michael Cane (Cavaleiro das Trevas) que vive um tipo
Allfred do Kaulder, e  Elijah Wood,
estacionado num personagem que não lhe exige muito.

Enfim, O Último Caçador de Bruxas se esforça, mas não tem ritmo. Talvez uma edição com menos tempo de fita ajudasse o desenvolvimento da história. Apesar de conter o Vin Diesel e algumas piadas que remetem a sua franquia mais famosa, O Último Caçador de Bruxas não consegue ser o grande entretenimento que prometia. Confira nossa Chuck Nota logo abaixo…