O brasileiro Paulo Coelho é uma das figuras mais conhecidas da literatura mundial, autor de vendas expressivas que carrega o peso de ter sido mais traduzido que Shakespeare.Seguindo as tendências do cinema nacional, Não Pare na Pista – A Melhor História de Paulo Coelho, chega  para contar a trajetória do popular autor, porém, de forma confusa e sem profundidade; talvez não possa ser considerada “a melhor história de Paulo Coelho”…

Comandado pela mesma equipe de Dois Filhos de Francisco, Daniel Augusto e Carolina Kotsch, o filme mostra a história do escritor passando por três fases. Na primeira etapa, o jovem do início dos anos 60 enfrentando vários problemas para realizar o sonho de se tornar um escritor. Na sequência, surge a figura do Paulo Coelho atual, de cabelos brancos e, num outro momento, vemos Paulo Coelho nos anos 80 tentando encontrar alternativas para um “bloqueio de criação”.
O design de produção e estética visual de forma geral é interessante, acompanhado por uma montagem estilosa, detalhes que configuram grande acerto do filme. Existem algumas sequências de cortes rápidos e dinâmicos, com um significado poético bastante refinado, mas a inserção mal planejada dessas cenas tecnicamente tão bem executadas, acaba por jogar por terra o que poderia ser o pilar de qualidade do filme.
Não Pare na Pista, fixa sua narrativa no encontro de linhas temporais distintas, cada uma deveria servir como um canal de conexão para o enredo final (o sucesso de Paulo Coelho), porém, sob nenhuma ótica essa sinergia acontece, e é difícil para o espectador entender onde o argumento do filme pretendia chegar, justamente porque, a edição e direção final não conseguem cumprir a ideia.
Trabalhar com histórias paralelas é uma forma sempre ousada de pensar um longa autobiográfico. Para que dê certo, é preciso que essas linhas quando vistas em separado, ainda pareçam ter saído do mesmo filme, e não é o que vemos. São três linhas de uma capricho estético aguçado, que parecem ter saído de três filmes diferentes (em determinados momentos, também com diretores diferentes).
Infelizmente o longa tem pouquíssima profundidade narrativa, deixando certa decepção com suas “pontas soltas” ao vento. Como a conturbada relação com Raul Seixas, mal explorada aqui, e irônicamente pode ser considerado o melhor momento do filme com uma interpretação convincente e nada caricata de Lucci Ferreira. Há também, uma incomoda tentativa de “santificar” Paulo Coelho por meios forçosos. É óbvio, que a grande maioria das cine-biografias americanas terminam com a glorificação de seu personagem principal, mas isso é construído de forma gradativa e orgânica, algo que falta para que Não Pare na Pista  ganhe veracidade no momento necessário. Durante esse processo, Ravel e Júlio Andrade, atores que interpretam Paulo Coelho não comprometem o resultado final, ao mesmo tempo que não brilham.
Enfim, com problemas sérios de estrutura e ritmo, Não Pare na Pista, não consegue retratar de forma definitiva o “mito” de Paulo Coelho, e diante da grandeza dos números do autor o longa provavelmente se tornará uma parte descartável de sua carreira…Veja nossa Chuck Nota logo abaixo…

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