Por: Bruno Sawyer
Estréia: Em Cartaz
Há filmes com diretores sensacionais, roteiros, fotografia, efeitos especiais… E atores acima da média. Longas que são bons, mas não trazem nada de novo e não fogem do lugar comum, porém contam com atores que exercem um trabalho magnífico e fazem valer a pena reservar duas horas do seu dia para assisti-lo.
A Garota Dinamarquesa, filme dirigido por Tom Hooper (Os Miseráveis e O Discurso do Rei), se encaixa neste último tipo citado. O enredo gira em torno de Einar Wegener, um talentoso pintor dinamarquês que foi o precursor da cirurgia de mudança de sexo. Ele era transsexual e se nos dias de hoje isso ainda é tabu, imagine no início do século XX.
Eddie Redmayne, ganhador do Oscar por sua interpretação brilhante de Stephen Hawking em A Teoria de Tudo, encarna Einar e sua identidade feminina, Lili Elbe, que passa a tomar conta de sua vida após sua esposa, Gerda Wegener (Alicia Vikander), pintar alguns retratos seus.
A transsexualidade é um assunto delicado e que não deve ser tratado como doença. Einar demonstra em todos os momentos sua feminilidade, mas deve reprimi-la por conta da sociedade e por não saber exatamente o que se passa consigo. Este é o foco principal do filme e é onde vemos a genialidade de Eddie. Ele realmente se parece com uma mulher quanto está travestido, mas quando está vestido “de homem” os traços femininos são perceptíveis. Vale uma ressalva aqui, pois ele não parece um homossexual e sim, uma mulher.
Todos os trejeitos, a delicadeza dos gestos, a forma de se expressar, tudo remete a uma mulher do sexo feminino, pois Einar tinha alma de mulher, num corpo masculino do qual não gostava. Enquanto o filme se desenrola, o espectador também acompanha o lado de Gerda, onde pode-se ver uma mulher com uma confusão de sentimentos enorme, mas que sempre está ao lado de Einar para apoiá-lo.
Alguns poucos cenários bonitos, belas pinturas e bom figurino tornam A Garota Dinamarquesa um bom filme, mas sem grandes novidades em termos de direção de direção, e do trabalho como cinema mesmo .
Mais uma vez, o ótimo trabalho de Eddie Redmayne forte concorrente ao Oscar, merece ser visto e devidamente apreciado.