Como homenagem aos 60 anos de sua primeira aparição, o Rei do Monstros, está de volta em grande estilo, com direito a produção hollywoodiana. Godzilla é um dos personagens mais famosos da cultura pop mundial, carregando mais de 20 filmes com seu nome, e sendo o responsável por criar um gênero que popularizou as produções asiáticas, o tokusatsu.

Na trama, Joe Brody (Bryan Cranston) criou o filho sozinho após a morte da esposa (Juliette Binoche) em um acidente na usina nuclear que ambos trabalhavam, no Japão. Ele nunca aceitou a catástrofe e quinze anos depois continua remoendo e investigando o acontecido, tentando encontrar alguma explicação. Ford Brody (Aaron Taylor-Johnson), agora adulto, é soldado do exército americano e quer esquecer o ocorrido, mas junto ao seu pai descobre a verdade sobre o fatídico dia, a existência de um monstro chamado Godzilla que ameaça a existência dos seres humanos.
Gareth Edwards (Monstros), aqui se sai muito melhor do que Roland Emerich (Independence Day) quando em 1998, tentou num filme totalmente descartável levar o monstro ao cinema americano. O tom deste novo Godzilla é bem mais sério e desesperador do que a tradição do personagem costuma nos lembrar, talvezseguindo a onda dos filmes sombrios, popularizada pelo Cavaleiro das Trevas. Esse clima de conspiração e desesperança, funciona de forma eficiente introduzindo as questões principais da história. Trata-se de um filme bem menos “pop” que Círculo de Fogo, mas oferece aos fãs do gênero um cardápio de clichês esperados nos Tokusatsus (ou derivados deles).
A aguardada primeira aparição do monstro do título acontece de forma lenta e gradativa, criando uma tensão divertida no expectador, e o primeiro vislumbre de Godzilla é algo de fato grandioso, um gigantesco e imponente Rei dos Monstros surge causando um encantamento parecido com o que vimos anos atrás na primeira aparição do dinossauro em Jurassic Park, com movimentação pesada e forte, ele tem em seu visual assustador, uma clara homenagem ao clássico de 1954, que assim como no original faz muitos japoneses correrem e gritarem. Outra grande homenagem de Gareth Edwards vem quando introduz golpes de filmes antigos incluindo principalmente o espetacular poder azul, que é uma das melhores cenas do filme.

É perceptível que há uma tentativa exagerada de transformar Godzilla num herói, esquecendo sua origem selvagem e irracional. O monstro é tratado como um tipo de ponto chave para o equilíbrio natural, um predador “Alfa” que tem o poder de reiniciar a natureza e acaba ganhando motivos intangíveis para suas ações, não há razão para os ataques aos outros monstros, que o filme vende como uma tentativa real de Godzilla se impor e manter o equilíbrio, durante essas sequências, podemos ver inclusive, uma inacreditável escolta da marinha americana ao lado do monstro que perseguia outras criaturas. Afinal, porque Godzilla, o rei dos Monstros, deixaria navios intactos ao seu redor?.
A parte técnica é mais eficiente, a excelente mixagem e edição de som permite a mescla de grunhidos dos monstros e gritos das pessoas dando  uma sensação de urgência recorrente ao filme, além da própria trilha sonora de Alexandre Desplat fazer um papel importante de restabelecer sensações durante a narrativa. O diretor optou por utilizar mais efeitos práticos do que visuais e a execução de boa qualidade leva a crer que a escolha foi correta, pois é tudo muito real e palpável nas lutas contra os MUTO, lutas essas, que são interrompidas com uma frequência irritante para que a câmera se volte ao desinteressante personagem Ford interpretado por Aaron Taylor-Johnson (KickAss).O rapaz que ganhou uma vaga no disputado mundo Marvel (será o Mercúrio), acaba prejudicando a fita com sua falta de carisma, e a própria insistência do diretor em colocá-lo sempre em primeiro plano evidencia suas deficiências como ator de forma perigosa.
Enquanto a outra Vingadora, Elizabeth Olsen (Feiticeira Escarlate) some do longa por tempos extensos, Ken Watanabe (O Último Samurai) e Bryan Cranston (série Breaking Bad) mostram um envolvimento admirável com a essência da produção e por consequência um trabalho extremamente consistente.
Enfim, não há problemas no tempo que se leva para apresentar o personagem título, mas sim há problemas quando o climax do aparecimento do monstro é desperdiçado, e o roteiro insiste em deixá-lo como coadjuvante, passamos então, a sentir falta de Godzilla em seu próprio filme. É um bom filme para cinema (sem 3D), pois faz uso de sua grandiosidade em tela, entretêm e cumpre com algumas de suas principais propostas, mas fica bem aquém da expectativas criadas ao seu redor… Veja nossa Chuck Nota logo abaixo…
PS : Com o sucesso de bilheteria no primeiro fim de semana o estúdio já garantiu uma continuação.

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