Como Treinar Seu Dragão 2 | Crítica Especial

Em 2010 tivemos uma grata surpresa com o ótimo Como Treinar Seu Dragão, uma animação fora dos esteriótipos mais habituais, com tons de drama bastante sutis e uma força narrativa fantástica. Pois bem, durante este período o filme ganhou uma série de TV e agora a dupla Soluço e Banguela (nomes tão sensacionais quanto o próprio filme) retornam em Como Treinar Seu Dragão 2 crescidos e acompanhando a evolução de seu público…

Quatro anos após convencer os
habitantes de seu vilarejo que os dragões não devem ser combatidos, Soluço (Jay Baruchel) convive com seu dragão Fúria da Noite (ou Banguela), e estes animais se integraram pacificamente a rotina dos moradores da ilha de Berk. Entre viagens pelos céus e corridas de dragões, Soluço descobre uma caverna secreta, onde centenas de novos dragões vivem. O local é protegido por Valka (Cate Blanchett), mãe de Soluço, que foi afastada do filho quando ele ainda era um bebê. Juntos, eles precisarão proteger o mundo que conhecem do perigoso Drago Bludvist (Djimon Hounson), que deseja controlar todos os dragões existentes.
Se beneficiando dos inesgotáveis avanços da tecnologia na animação, Como Treinar Seu Dragão 2, vem com um espirito aventureiro e disposto a deixar o público imerso em ação durante mais tempo que o primeiro filme, com cenas grandiosas e impressionantes do ponto de vista técnico. Para dar corpo ao longa a produção incrementou o visual, apostando em tipos diferentes de dragões, paletas de cores mais vastas, criaturas épicas e tudo mais que um cenário viking possa oferecer como vislumbre.
Como Treinar Seu Dragão 2 , amplia a mitologia da história, e claramente se coloca a serviço do crescimento de Soluço como personagem, em uma evolução natural seguindo os preceitos da excelente trilogia Toy Story.
O carisma de Banguela em seu relacionamento com Soluço, continua sendo forte aposta do longa, agora fazendo um paralelo mais óbvio e intimista com animais de estimação. Em Como Treinar Seu Dragão, de 2010, havia uma abordagem sensível e muito perspicaz sobre tolerância e deficiência física, este último tema geralmente tratado como tabu em animações, em Como Treinar Seu Dragão 2, a franquia ousa novamente e sobe um nível ao encarar de frente outro tema “intocável” para filmes que tem foco no público infantil: a morte. O sacrifício forte e surpreendente mostra que o filme tem um ideal maior do que simplesmente construir um grupo de personagens para vender brinquedos.
Enfim, o tom apoteótico leva o espectador a uma experiência de escapismo sem igual, capaz de emocionar os mais durões. Assim como Toy Story 3, definitivamente é injusto classificar um filme neste grau de excelência como um simples filme infantil, é de uma complexidade e capacidade de entretenimento que causaria inveja tanto a Walter Disney quanto Martin Scorsese…Veja nossa Chuck Nota logo abaixo…