Shazam Pôster

Shazam Pôster

Shazam! É o segundo acerto seguido no novo caminho do universo da DC Comics

No filme, Billy Batson (Asher Angel), é escolhido por um velho mago (Djimon Hounsou) para ser herdeiro de seus super poderes, que vão desde a velocidade de Mercúrio até a força de Hércules. Para isso, o menino precisa gritar – SHAZAM! e automaticamente se transforma no super herói adulto, Shazam (Zachary Levi). Enquanto tenta entender a real dimensão de seus poderes, Shazam se esbalda com eles, como qualquer adolescente faria.

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Sem apelações, “Shazam!” é de cara um dos filmes de heróis mais divertidos que já fizeram. Tal como, o longa tem muito do clima de Sessão da Tarde anos 80 e 90, que tanta nostalgia tem causado na internet. As referências a grandes clássicos também vão fazer a turma pular das cadeiras, como “Rocky” e “Quero Ser Grande”. Este último que certamente é uma das boas inspirações do filme.

Assim como fez em “Aquaman”, a Warner DC evita aqui um filme com grandes ligações ao “universo compartilhado”. Eles parecem ter entendido definitivamente que começaram pelo ponto errado. Shazam, funciona sozinho, sem em nenhum momento se colocar como um “futuro membro da Liga”. Mas inevitavelmente através de Freddy, melhor amigo do Billy, nós sabemos que Shazam co – existe, sim, com os outros personagens da DC e um eventual encontro não é impossível. De forma prática, podemos até dizer que já existe um “encontro” especial no filme (paramos por aqui, pra não entrar num spoiler rs).

A base da história é idêntica ao reboot dos Novos 52 da DC. Logo, isso já coloca “Shazam!”, certamente como um dos filmes mais fiéis aos quadrinhos de todos os tempos (se você já leu as histórias, com certeza, sabe o que esperar do longa). “Shazam !” também é um daqueles filmes em que você mal percebe o tempo passar , mesmo com mais de duas horas de duração, de tão natural que é o desenrolar e a edição.

O equilíbrio entre ação e humor é notado logo na primeira metade. O tom de humor está na medida certa, para não ser um Deadpool (adulto demais), mas também, não ser um Thor Ragnarok (infantil demais). O diretor Adam F. Sandberg (“Annabelle 2”) encontra o caminho para brincar com a interessante ideia de uma “criança” com superpoderes  sem torná-lo apenas um “filme para crianças”. Toda a sequência da descoberta de poderes é hilária. O que já tinha se visto nos trailers é só uma ponta do processo que o menino encara durante o longa. Em alguns momentos as trapalhadas lembram até o “Hancock” do Will Smith.

Shazam Poderes
Shazam descobrindo seus poderes

A ação é bem pensada, inclusive, para deixar sempre claro, que quem está no comando do Shazam é uma criança, e que o vilão nada mais é, do que um cientista. Nenhum dos dois se torna um lutador do U.F.C com poderes. O que se vê são personagens superpoderosos, ainda sem saber muito o que fazer com isso e usando de qualquer estratégia para tentar vencer o adversário.

Ao contrário de um certo filme recente de heróis, não se percebe o C.G.I pesado o tempo todo por aqui, não se vê bonecos animados no lugar do Shazam. Mas, os músculos de enchimento, (que ficam melhor na telona do que nas fotos) ainda podem incomodar o público. O Design de produção não tem vergonha nenhuma de assumir a veia de quadrinhos, e assim como o próprio roteiro, bebe totalmente do reboot dos novos 52. Cores e contraste sem miséria, como um bom filme de quadrinhos deve ser (atualmente).

O elenco é um dos grandes acertos do filme. Zachary Levi, que já tentou ser tantos heróis no cinema, encontrou o seu. Excelente, à vontade com o papel, se divertindo. Porém, há uma certa diferença de tom entre ele e o jovem Billy. Às vezes o Shazam adulto parece mais imaturo que a própria criança, o que mostra a ótima atuação de Zachary e por outro lado, uma atuação que deixa a desejar por parte do jovem Asher Angel como Billy.

Também temos a família de Batson, que é disfuncional e totalmente carismática. Cada um com uma personalidade diferente e fácil de se identificar. Destaque para o Freddy, vivido por Jack Dylan Grazer (“It – A Coisa”) que faz a função do Nerd que vai explicar todo o universo de heróis dentro do filme, e  para a ótima e tagarela, Darla, vivida pela inexplicável Faithe Herman (série “This is Us”).



Mark Strong novamente entrega com competência seu vilão. É bom lembrar que o Dr. Sivana não foi a primeira aventura do ator no universo DC, ele foi o Sinestro do fracassado filme do “Lanterna Verde” em 2011. Silvana também não é o único vilão do filme, apesar de ser assumidamente o principal. Velhos conhecidos de Shazam também dão as caras (com um design um tanto genérico, inclusive), e ajudam a aumentar a mitologia do personagem já no primeiro filme.

Somos levados durante o longa por uma boa trilha sonora, tanto incidental quanto pop. As composições tem sempre um tom épico, que propositalmente lembram as trilhas do Superman. Assim como nas músicas pop, que temos sons que vão desde Don’t Stop Now do Queen até mais recentes, como 24k Magic do Bruno Mars. Músicas que entram nas horas certas, sem forçar a barra, e combinam com o clima proposto por “Shazam!”.

Enfim, fora todo o clima pipocão, a cereja do bolo é que “Shazam!” tem sim uma mensagem leve e direta sobre “família”, algo bastante presente nas histórias do personagem e que acontece de forma natural no filme.

Agora com os bem estabelecidos “Mulher – Maravilha”, “Aquaman” e “Shazam!”. Podemos dizer que finalmente está nascendo um universo DC nos cinemas, tijolo por tijolo. E isso soa como uma “palavra mágica” para os nossos ouvidos… Confira o trailer e nossa “Chuck Nota” logo abaixo.

Cena pós – créditos: O filme tem duas cenas pós – créditos. Uma logo no meio dos créditos, que dá o tom para uma continuação do filme e a outra, no final de tudo, que é uma grande brincadeira com o universo da DC. Aguarde…

Estréia em 04/04

Nota4,5 Shazam