Com muitas variações e poucas explicações, “Cadáver” tem seus melhores momentos com os “vivos”
Em “Cadáver”, Megan Reed (Shay Mitchell) é uma policial reformada que tem lutado contra os vícios. Ela está prestando serviços comunitários em um hospital, como um pagamento para o tratamento que a deixou sóbria. Tudo, entretanto, torna a história muito mais macabra depois que um cadáver misterioso é encontrado no local.
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O filme já começa com uma cena bastante clichê de exorcismo. Pense em tudo que você já viu, todos os filmes, junte em 10 minutos e você não precisará ver essa cena. Garota se retorcendo, cruz virando, padres voando, não falta nada.
O roteiro tem dificuldade em explicar porquê o tal demônio fica ameaçando ou criando um tipo de ritual para atacar as pessoas, quando não tem nenhum obstáculo, e poderia simplesmente acabar com a história rapidamente. Por algum motivo, a entidade não quer só “fazer os gols”, quer dar espetáculo.
O demônio tem variações de poder de acordo com a comodidade do roteiro, às vezes consegue controlar o corpo das pessoas ao redor, jogá-las pra onde quiser, entortar membros, e em outros momentos, não consegue se livrar de um simples soco ou sufocamento com almofada. Tudo isso torna mais difícil comprar a ideia do que a entidade pode fazer.
Os sustos por vezes funcionam, mas são deveras previsíveis, às vezes até adiantados pela trilha sonora. Alguns momentos de humor negro também cumprem seu objetivo, principalmente quando dizem respeito as ideias preconcebidas sobre um necrotério a noite
Em “Cadáver”, os personagens coadjuvantes estão bastante caricatos, enquanto Megan, a personagem principal, tem um arco mais forte para transformá-la em heroína. O único ponto é que o filme aumenta a intensidade dos encontros dela com o tal cadáver, chegando a ficar difícil acreditar nas quase troca de sopapos entre as duas. Mas a Shay Mitchell, entrega com um bom esforço a policial traumatizada, com atenção aos detalhes e sensibilidade na construção da personagem, ela equilibra os problemas do roteiro e nos mantém a atenção. De fato, a construção da personagem é a melhor coisa do longa.
O design de produção e fotografia são um tanto escuros, como se o ambiente do necrotério não fosse assustador o suficiente. Parece um certo exagero, ao ponto de os cenários começarem a ficar chapados por isso. A fotografia, no entanto, funciona muito melhor quando entra na vida pessoal de Megan, cenas de gueto, com alto contraste, que lembram até as lindas tomadas de “Creed: Nascido Para Lutar”.
Enfim, para “Cadáver”, falta consistência no roteiro para criar regras básicas que o diferenciem. Exceto pelo cenário, não parece ter muita diferença de outros tantos filmes que já vimos recentemente (como os já cansados “Atividade Paranormal”). Confira o trailer e nossa “Chuck Nota”, logo abaixo.
OBS: O Filme não tem cenas pós-créditos