Com todas as homenagens possíveis, “Halloween” é uma divertida ressurreição dos filmes de serial Killer
Quatro década depois de ter escapado do ataque de Michael Myers em uma noite de Halloween, Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) terá que confrontar o assassino mascarado pela última vez. Ela foi perseguida pela memória de ter sua vida por um triz, mas dessa vez, quando Myers retorna para a cidade de Haddonfield, ela está preparada.
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Produzido pela Blumhouse, “Halloween” segue o preceito já conhecido da produtora gastar pouco, e da mesma forma, faturar muito (já deu certo nos Estados Unidos). O filme se passa basicamente numa noite (obviamente a do Halloween), e usa alguns poucos cenários. Bem ao estilo do psicopata da vizinhança.
Halloween já começa com cenas praticamente reproduzidas do filme de 1978, “Halloween – A Noite do Terror”. Mas daí pra frente descamba para uma série de homenagens aos filmes dos anos 70 e 80.
Da excelente cena de fuga do Michael Myers até seu primeiro encontro com Laurie, Halloween mostra vocação para comédia de humor negro. À primeira vista, um estilo que funciona muito bem para o público que irá vê-lo atualmente. Da mesma forma, de um jeito honesto e simples, o filme assume que não deve ser levado a sério.
Vários diálogos brincam com o retorno da cine-série e os clichês do terror. Ainda mais com momentos, como o fato de Michael Myers “coincidentemente” fugir na noite de Halloween, até a mocinha que sempre vai, inocentemente, de encontro com o perigo (mesmo diante de alguns avisos).
A violência do filme é pesada, por outro lado, também não pode ser levada muito a sério, tamanho o absurdo de algumas mortes causadas por Michael.
O roteiro de Halloween é simples, e cheio de nostalgia. Tem um início, meio e fim bem definidos, bem como mostra jeitos de um filme de terror se sustentar em cima de sua própria mitologia, sem grandes invenções. Todas as regras de um bom slasher estão lá, e você sabe quem vai morrer primeiro (sexo, álcool, caminhadas sozinho rs)
Jamie Lee Curtis (“True Lies”), é um dos elementos mais aguardados do filme. A atriz traz o retorno de Laurie, clássica personagem da franquia. Primeiramente, ela assume o envelhecimento e com um estilo visual mais próximo do primeiro filme, Jamie também surge como uma espécie de “Sarah Connor”. Ela parece ter se preparado uma vida inteira para o reencontro com o serial killer. Cheia de neuras e afastada da família, nos faz realmente acreditar no trauma sofrido. O divertido é ver uma relação alternada de caça e caçador entre Laurie e Michael. Para isso, o diretor faz prevalecer o suspense, que efetivamente, funciona melhor do que o próprio terror na maioria dos filmes da franquia.
Não deixemos de falar da trilha sonora, que é um dos melhores momentos do primeiro (e esse é uma continuação direta dele), aqui reinventada, mas ainda bem demarcada e extramente competente.
Enfim, como diz um dos personagens, “Michael Myers está solto, e é noite de Halloween, o circo está armado”. É basicamente isso. O novo Hallloween aproveita da mística criada em torno de Michael Myers para metralhar o público com memórias (que só quem viu os anteriores vai entender) e mostrar rara competência e capacidade de entreter, seja com comédia, terror ou suspense. OBS: O filme não tem cena pós-créditos, mas acontece um “respiro” importante quando os créditos baixam. Confira o trailer e nossa “Chuck Nota” logo abaixo.