Nasce Uma Estrela é um grande e lento vídeo clipe da Lady Gaga com direção de Bradley Cooper
Em “Nasce Uma Estrela”, Jackson Maine (Bradley Cooper) é um cantor no auge da fama. Um dia, após deixar uma apresentação, ele para em um bar para beber algo. É quando conhece Ally (Lady Gaga), uma insegura cantora que ganha a vida trabalhando em um restaurante. Jackson se encanta pela mulher e seu talento, decidindo acolhê-la debaixo de suas asas. Mas, ao mesmo tempo em que Ally ascende ao estrelato, Jackson vive uma crise pessoal e profissional devido aos problemas com o álcool.
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O filme é um verdadeiro conto de fadas moderno. Algo que faz muito sentido, numa época onde as pessoas ficam famosas do dia para noite, através da ajuda de internet. Assim como faz todo sentido, num mundo onde os artistas tem suas fraquezas cada vez mais expostas. Consequentemente esse é um dos grandes acertos do filme, a forma como consegue modernizar a história.
A estréia de Bradley Cooper na direção tem personalidade, não decepciona. Apesar de deixar a desejar em alguns acabamentos . Certo momentos (sem dar spoiler), ficam realmente faltando algo, é como se as cenas tivessem sido refilmadas ou algo do tipo. Bem como esses problemas de edição prejudicam o ritmo do filme. Extremante longo, “Nasce Uma Estrela” fica bastante lento no segundo ato (sonolento, para ser mais exato). Bradley tenta maquiar a história já amplamente conhecida com alguns truques de falsas viradas, que acabam prolongando demais a espera dos espectadores.
Um dos momentos altos de Bradley Cooper na direção (ele que substituiu Clint Eastwood no projeto), são as cenas de palco. Definitivamente, muito bem filmadas, como um bom vídeo clipe ao vivo. O trabalho de fotografia de Matthew Libatique (indicado ao Oscar por “Cisne Negro”) é bastante competente, brinca com a iluminação natural com extrema facilidade. Tanto a primeira apresentação de Jackson quanto de Ally são arrebatadoras. A de Jackson vem com um certo mistério, uma visão solitária de um grande palco, tomado pela melancolia do artista em declínio físico. Enquanto a apresentação de Gaga traz um número verdadeiramente pop, similar a apresentações de finais de programas como The Voice, onde os artistas precisam mostrar toda a sua versatilidade.
No entanto, por falar em versatilidade, Lady Gaga que substituiu Beyoncé no papel principal, vem conquistando a internet com o filme. Sobre uma coisa não se pode discutir, Gaga canta pra valer. Não é uma simples cantora pop “autotunada”, ela abusa da voz no filme. Mas, confesso que não fui pego pelo hype da Lady Gaga atriz. A cantora escorrega bastante, existem momentos de emoção em que a cena parece literalmente ter sido feita com o famoso “colírio” nos olhos. Deixando tudo muito artificial.E pela importância da personagem, o filme cobra (e precisa), muito da atuação de Gaga que não entrega totalmente.
Por outro lado, Bradley Cooper está excelente, escancara o drama do artista. Bradley faz um Jackson melancólico, que da mesma forma, passa isso em seu canto. Um artista que segue com a carreira no automático, até encontrar novas motivação em Ally. Bem bom, outro ponto a ser elogiado em Bradley Cooper é que ele canta de verdade, e muito bem. Desse canto saem, inclusive, algumas faixas da excelente trilha sonora do filme. Definitivamente dá vontade de ver um filme sobre o Jackson Maine, e entender como ele chegou até ali.
Enfim, “Nasce Uma Estrela”, tem uma história originalmente emocionante, e nesse filme, a busca por um punch final é intensa. Porém, o constante preparo de terreno vai minando as expectativas e quando os grandes momentos chegam, a não ser que você seja um grande fã da Lady Gaga, talvez você esteja um pouco cansado para se envolver . Confira o trailer e nossa Chuck Nota, logo abaixo.
