Escobar – A Traição é um resumo de Narcos com dois grandes nomes para colocar no cartaz
“Escobar – A Traição”, se passa mo começo dos anos 80. Nessa época, a famosa jornalista colombiana Virginia Vallejo se envolve num caso amoroso, porém, com o mais poderoso e da mesma forma, temido, traficante de drogas do país – Pablo Escobar.
O longa é inspirado no livro “Amando Pablo, Odiando Escobar”, da própria jornalista Virginia Vallejo. Virgínia hoje vive exilada nos Estados Unidos. Como era de se imaginar a adaptação para o cinema tenta trabalhar o carisma da jornalista para um lado positivo, ao contrário do que vinha sendo mostrado nas últimas produções sobre o líder do tráfico de drogas, como é o caso da série da NetFlix (que a jornalista diz odiar, inclusive). Mas que tem muito mais cuidado com detalhes, uma vez que o filme tenta contar em duas horas, as duas temporadas da série.
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“Escobar – A Traição”, perde oportunidades de se aprofundar mais no que poderia ser o diferencial do filme, a relação do “casal”. Mesmo com tudo muito apertado, o diretor espanhol Fernando León de Aranoa, ainda escorrega na inserção de cenas bastante desnecessárias. Juntamente com a edição que tenta apresentar mais fatos isolados da vida do narcotraficante. Caso da primeira cena de Bardem como Escobar, que não diz nada para o filme. Ainda assim, devido ao recorte muito longo, a trajetória de Escobar é simplificada.
Porém, há um problema que realmente incomoda muito quem vá prestar atenção, a indecisão quanto ao idioma do filme. O longa tem dois atores fluentes em espanhol (Penélope Cruz e Javier Bardem), se passa na Colômbia, mas é todo falado em inglês… Não seria tão anormal, se ele realmente fosse completamente falado em inglês. No entanto, alguns personagens simplesmente falam espanhol. O próprio Escobar xinga e diz gírias em espanhol, mas suas falas principais são em inglês. Uma salada que não faz sentido algum. Tal como a escolha de mostrar um Escobar com ar mais descolado e cínico do que se conhece dele.
O vencedor do Oscar, Javier Bardem (“Onde os Fracos Não Tem Vez”), no entanto, parece não ter encontrado o tom correto de seu Escobar. É discutível que algum dos atores que o interpretaram até hoje tenha realmente representado um Pablo Escobar fiel. Mas vale dizer que Vagner Moura entrega de longe, a leitura mais vendável de Escobar. Penélope Cruz é o destaque do filme, aparentemente criando uma versão mais próxima da vaidosa e um tanto egoísta, Virginia Vallejo. Penélope permeia o filme com bons momentos e não soa tão deslocada quanto Javier Bardem.
Alguns dos grandes acertos do filme estão no figurino e direção de arte, que remetem muito bem a época.
Enfim, é fato que existe uma mítica e uma curiosidade em torno de Pablo Escobar. Mas, a história repetida a exaustão nos últimos anos, com séries, documentários e mais esse filme, já não parece ter um viés original a ser contado. Em “Escobar – A Traição”, ainda tem um agravante. A confusão de foco do filme, faz com que você se distraia, mas se distraia com os elementos errados. Confira o trailer e nossa “Chuck Nota”, logo abaixo.