Rachel Weiz e Rachel McAdams em um filme onde é preciso entender as entrelinhas
No filme, Ronit (Rachel Weisz) precisa voltar para sua cidade natal após a morte de seu pai distante – um rabino. Mas ela causa um rebuliço no pacato local ao recordar uma paixão proibida pela melhor amiga de infância, que atualmente é casada com seu primo
Não é muito fácil entender a tensão inicial do longa, e o que a personagem Ronit (Rachel Weisz) representa para o povo do local em que nasceu. Somos, propositalmente privados de grandes informações no início.
Em pouco tempo descobrimos que na pequena e conservadora comunidade judaica, um caso homossexual entre as personagens Ronit e Esti, as levou a caminhos diferentes, forçados pelos costumes da sociedade em que viviam.
Desobediência é um filme sobre infelicidade e frustração, principalmente no que diz respeito a personagem de Rachel McAdams, uma homossexual, oprimida que traz consigo a melancolia tipica da “rotina”. Com excelente atuação das duas Rachels e do ótimo e ainda relativamente desconhecido Alessandro Nivola. “Desobediência” se vale muito desse estilo teatral para trazer luz a história.
Diante de um pesado código moral, o filme vai empurrando contra a parede todos os preceitos de liberdade dos tempos modernos e traz muitas reflexões. O peso e carga do filme, prejudica claramente o ritmo, tornando-o muito direto e maçante em alguns momentos. As duas Rachel estão insistentemente com um semblante triste, mesmo quando alcançam seu ápice juntos.
Desobediência tem paletas de cores acinzentadas, os dias sempre escuros. Os figurinos também trazem cores escuras, nessa melancolia que é uma mistura de luto com as consequências das rédias de religião.
A fotografia trabalha muitos planos fechados, afim de dedicar-se ao sofrimento das expressões, provavelmente, daqueles tipos de cenas que mostram cada linha do rosto de atores, bastante intrusivo. Porém, por outro lado, o diretor se acovarda um pouco na hora de abordar o sexo entre as personagens, deixando tudo mais sugerido do que efetivo, e cuidando para “esfriar” a relação entre as personagens.
Enfim, “Desobediência” é um drama mais sentido do que efetivado, e aborda a tristeza e a dor de determinadas decisões, tomadas ou não. É difícil fazer julgamentos sobre as situações dos personagens, e isso certamente é um ponto positivo para o filme, não deixar o espectador ter firmeza suficiente para tomar partido na história. Confira o trailer e nossa Chuck Nota, logo abaixo.