Mesmo em um daqueles típicos “american proud”, o cinema americano mostra que ainda é possível ver dois lados da guerra, ainda que sob o ponto de vista americano.
Baseado no livro “Horse Soldiers”, do escritor Doug Stanton. A trama conta a história da primeira equipe de Forças Especiais americanas enviada para o Afeganistão logo após os ataques de 11 de setembro. Sob a liderança de um novo capitão, eles devem trabalhar ao lado de um general afegão para tentar destruir o Talibã.
Como “12 Heróis” é um filme de guerra moderna, já podemos ver que há um foco grande no que o armamento pode fazer e menos nas habilidades dos soldados, o que é uma grande diferença para os filmes mais clássicos sobre guerra, que de certa forma recebem uma abordagem pelo lado mais conservador do líder Afegão.
O filme revive as feridas norte – americanas em relação ao 11 de Setembro, toda a raiva e sentimento de desproteção que eles tiveram é trazido à tona nos primeiros minutos, apesar de a narrativa não explicar bem os objetivos específicos dessa primeira “missão secreta”, da equipe de Navi americanos.
O fotojornalista, Nicolai Fuglsig que comanda o filme, em nenhum momento tenta emular um documentário, pelo contrário, é um filme com acabamentos bastante comerciais. As cenas de guerra são bem fotografadas e você consegue entender a geografia delas, apesar de, em síntese, serem batalhas pequenas, o que facilita seu entendimento. E com a movimentação mais simples, o que resta é realmente a apreensão dos tiros perdidos que podem comodamente pegar em personagens importantes.
Você vai gostar também:
Leonardo Di Caprio e Brad Pitt farão filme juntos
Entenda por que trocaram os Batman dos cinemas
“12 Heróis”, aproveita bem de um elemento pouco explorado até hoje nesse tipo de filme, que são os cavalos. Em meio a uma guerra moderna, eles dão um ar mais “cru” de brutalidade, e nos rementem levemente as guerras medievais, tirando do foco os tanques e armas modernas, para colocar os soldados num tipo de ação diferente, ainda que por momentos bem pontuais.
O filme segue a estrutura básica do grupo de heróis de características diferentes que se junta para uma “missão suicida”, não é algo novo, mas nesse caso, há o aspecto de história real que traz um ar diferente a esse grupo. Entre essa equipe, o longa já estabelece que há uma unidade prévia, mas o interessante é como trabalha o desenvolvimento de amizade pouco provável do coronel americano com o líder da resistência Afegã. “12 Heróis”, explora com certa sensibilidade alguns lados não mostrados da guerra no Afeganistão, como os conflitos internos que os dividiam.
Com um intuito inicial de vender a crueldade do Talibã e os americanos como certa salvação para o mundo, o filme encara um caminho não muito fácil para os americanos, o de também mostrar um lado “humano” do povo de lá, que vivia dividido pelo apoio aos grupos terroristas e por uma tentativa de vida em paz. Faz falta um trilha sonora mais memorável, que desse um ganho de emoção a esses conflitos internos.
Chris Hemsworth, como protagonista só comprova que seu talento está mais na comédia do que em qualquer outro gênero, como esse filme não traz humor para o personagem, o que se vê do famoso “Thor”, são limitações muito evidentes quando o longa lhe exige mais atuação. O ótimo Michael Shannon (“Animais Noturnos”) não tem grande importância e tem um personagem construído muito rapidamente, o que também não traz uma ligação forte com ele.
Enfim, repleto de clichês, “12 Heróis” é um filme que oscila bastante, entre bons e mals momentos, e o que fica claro é que a ideia de enaltecer a tal missão secreta do super grupo americano teria um desempenho e ritmo melhor se não se levasse tão a sério e se assumisse como um filme de ação, levemente baseado em histórias reais. Confira o trailer e nossa “Chuck Nota”, logo abaixo.