Chega ao quarto capítulo mais uma franquia de terror criada pelo genial diretor e roteirista, James Wan (“Jogos Mortais”, “Invocação do Mal” e “Velozes e Furiosos 7”). Sem tanto dedo do cineasta malaio, no entanto, o que se vê é um pouco mais do mesmo, que ainda que competente para quem gosta da franquia, mostra perda de fôlego.
O filme traz de volta a estrela da franquia Lin Shaye no papel da Dr. Elise Rainier, a brilhante parapsicológa encara seus fantasmas mais pessoais e intensos até hoje: a sua própria família.
Essa é com certeza uma das franquias de cronologia mais difícil de Hollywood atualmente, para se ter uma ideia, esse quarto filme é como se fosse o segundo na linha do tempo…what?? É preciso ter certo desprendimento para curtir os filmes de forma avulsa. Dito isso, esse novo capitulo, aposta, acertadamente, numa das personagens mais interessantes da franquia, a própria Elise. Nesse longa, temos uma noção de onde saiu tanta sabedoria a respeito do mundo dos espíritos. E na pela da personagem, a atriz Lin Shaye realiza um trabalho impecável.
É um filme que também aborda, de forma nada sútil, as marcas que determinados abusos podem causar, tanto os físicos, quanto os psicológicos, que podem culminar em algo realmente espiritual.
Leia Também: Os Mercenários 4 e John Wick 3 estão confirmados
“Sobrenatural: A Última Chave”, tem alguns potenciais interessantes que vão sendo desperdiçados, quando o diretor Adam Robitel começa a fugir ou renegar o legado deixado por James Wan, um dos criadores da franquia. Fato é, que um dos grandes diferenciais de Wan é apostar em construção de clima, ambiente de terror, esse tem sido o segredo do sucesso de suas franquias. Neste novo filme, porém, Adam resolve apostar em muitos “jumpscares”, aqueles sustos repentinos com barulhos, um recurso natural de filmes do gênero que precisa ser usado com certa moderação (não é o caso aqui). O filme também não tem vergonha de trazer os clichês mais fortes do terror a serviço dos fãs que “passam” pelo cinema e escolhem um filme. São aquelas cenas para as pessoas que não consegue ficar quietas quando estão com medo no cinema, o “entretenimento” do gênero. É mais ou menos como a dupla de sidekicks que compõe um tipo de “Caça – Fantasmas” moderno com Elise. Os dois soltam piadas por vezes bastante infantis, e até pastelonas, mas que podem funcionar para esse público específico.
Enfim, “Sobrenatural: A Última Chave”, é potente em seu fechamento, sensível quanto a mensagem principal da vida de Elise, ainda que os diversos furos do roteiro e a falta de “preparação de terreno”, prejudiquem o estilo da franquia. OBS: Franquia essa que dá sinais de crossover com outra grande franquia de terror, fique atento a última cena (não é pós – créditos). Confira o trailer e nossa “Chuck Nota” logo abaixo…