Anos depois dos eventos de “O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final”, um novo e um modificado exterminador (Gabriel Luna) de metal líquido é enviado do futuro por uma organização para finalizar Dani Ramos (Natalia Reyes). Ao mesmo tempo é enviado um híbrido ciborgue humano (Mackenzie Davis) para protegê-la. Sarah Connor vem em seu auxílio, bem como o Exterminador original (Arnold Schwarzenegger).
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Pois é, como anunciado logo no início do projeto, esse novo Exterminador com a volta de James Cameron para produção e roteiro, ignora completamente tudo que foi feito depois de Exterminador 2. É uma continuação direta de “O Julgamento Final”, considerado por muitos (por mim inclusive), o melhor filme da franquia e se passa aproximadamente 20 anos depois daqueles acontecimentos. Tal como também dá uma nova visão sobre o final daquele filme.
Para fazer um link direto, Cameron trouxe de volta Linda Hamilton, a Sarah Connor clássica, que sem dúvida é um dos melhores elementos do filme com seu carisma nostálgico.
Mas como se trata também de um produto, Cameron não podia simplesmente trazer uma continuação 20 anos depois esperando apenas que os fãs fossem assistir, por isso, entope o longa de explicações. É óbvio que a ideia é que os menos ligados a franquia consigam assistir sem passar grandes sufocos, mas as dezenas de pausas para explicar a história incomodam. Literalmente um personagem explica toda a sua trajetória e depois pede para o outro fazer o mesmo, o que não combina muito com um sci – fi de ideias tão originais quanto o Exterminador.
“O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio” também não aposta muito em novidades, é quase um remake com participação especial dos atores clássicos. Uma mistura escancarada dos dois primeiros filmes. Juntando tanto a versão frágil de Sarah (Dani) quanto sua versão Badass (Grace). Fica a sensação de que as ideias da franquia talvez já tenham sido exploradas demais nos filmes que agora foram ignorados, ou em outras franquias que tenham tratado de viagem do tempo. Os ciclos se repetem e mesmo a mente de James Cameron não parece ter mais nada de muito novo para as histórias da franquia.
O filme respeita os conceitos criados lá nos anos 80, o que vai fazer os fãs mais antigos se sentirem em casa. Há uma discussão bem superficial sobre a falta de privacidade no dia a dia das pessoas, e como essa ‘vigilância” pode ser usada a qualquer momento. Um tema bastante atual, que poderia ter sido mais explorado no filme e traria o frescor que faltou.
Por outro lado, a ação é acima da média. Nível de produção altíssimo, cenas muito criativas e que casam bem as referências que se esperava da própria franquia. Destaque para a empolgante cena de perseguição do início do longa, que lembra a clássica cena do ônibus, e o embate final numa fábrica que é toda uma referência a “O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final”.
O estilo de ação urgente e grandioso que Cameron apresentou, principalmente no segundo filme, está de volta e não tem jeito, você não pisca, o olhar fica preso a cada passeio da câmera durante os combates. E ao contrário de outras franquias megalomaníacas, aqui se entende o que está acontecendo na ação. Ação que é impulsionada por uma trilha propositalmente inspirada nos primeiros filmes.
Outro dos pontos fortes de “O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio” está nos efeitos visuais, que evoluíram bastante por aqui, e exploram o uso do “metal liquido” de forma criativa. Em determinado momento, o filme também utiliza de forma impressionante a tecnologia de rejuvenescimento, que parece ter chegado para ficar mesmo em Hollywood.
O elenco está impecável, Tim Miller (“Deadpool”) consegue deixa-los muito à vontade, e sem exceção, todos funcionam. Mackenzie Davis entrega uma badass completa, um versão ainda mais letal de Sarah Connor, Gabriel Luna encarna de forma correta o imparável novo Exterminador. Já a “mocinha” da história, Natalia Reyes, no início não ganha o público, mas quando começamos a entendê-la, sua presença em tela ganha força. A volta de Linda Hamilton, como já dissemos é um dos pontos fortes do longa, ainda que se tenha uma impressão mais frágil do que a personagem costumava vender, Linda Hamilton ainda nos traz boas vibrações. Arnold Schwarzenegger só surge lá na metade do filme, mas como era de esperar, o longa melhora muito, vira outro para ser mais exato, quando o Exterminador original pega uma arma e entra em ação.
Enfim, “O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio” é uma tentativa de resgatar a força da franquia, que já parecia perdida com os altos e baixos dos vários projetos dos últimos anos (que incluíram até uma série de tv).
O longa poderia ser um pouco mais curto, tem algumas sequências desnecessariamente longas. Mas funciona justamente no básico, dentro de seu desinteresse em apresentar novidades, “O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio” é um bom filme de ação, extremamente bem feito tecnicamente, com um roteiro coerente com seu legado e que não deve deixar de entregar o que os fãs esperam. Uma grande homenagem a franquia, em mais uma das várias tentativas de recomeço para ela… Confira o trailer e nossa “Chuck Nota”, logo abaixo
Cena pós-créditos: O filme não tem cena pós – créditos, não parece algo que faça muito a cabeça do James Cameron.