“Homem-Aranha: Longe de Casa” tenta melhorar o clima depois de Vingadores: Ultimato
Em “Homem-Aranha: Longe de Casa”, Peter Parker (Tom Holland) está em uma viagem de duas semanas pela Europa, ao lado de seus amigos de colégio, quando é surpreendido pela visita de Nick Fury (Samuel L. Jackson). Precisando de ajuda para enfrentar monstros nomeados como “Elementais”, Fury o convoca para lutar ao lado de Mysterio (Jake Gyllenhaal), um novo herói que afirma ter vindo de uma Terra paralela. Além da nova ameaça, Peter precisa lidar com a lacuna deixada por Tony Stark, que deixou para si seu óculos pessoal, com acesso a um sistema de inteligência artificial associado à Stark Industries.
Confira também:
Os 10 Melhores Filmes de Ação de 2018
Entenda por que trocaram o Homem-Aranha
A nova versão do Homem-Aranha com Tom Holland já tinha uma tendência natural a ser voltada para o público Teen,mas esse segundo filme só reforça essa linha. Mesmo com tudo que se passou em Vingadores, esse Homem-Aranha, ainda é bastante imaturo e relutante. Bem como, até por isso, é um dos filmes mais expositivos (explicativos) da Marvel. O longa literalmente para tudo, para explicar planos de vilão. No início também há um prólogo (engraçado), mostrando como ficou a vida depois do retorno das vítimas do estalo de Thanos. Momento que também serve para tentar consertar o fato de todos os principais amigos de Peter Parker permanecerem com a mesma idade (temos que considerar a remota hipótese de que todos eles sumiram).
Outro objetivo claro desse filme, é subir um pouco o clima deixado com “Vingadores: Ultimato“, algo parecido com o que o Homem- Formiga 2 foi para para Guerra Infinita.
Dentro dessa construção do personagem de Tom Holland, o filme também aborda o conceito de “com grande poderes, vem grandes responsabilidades”, mas sem a frase ser citada literalmente rs. Acontece que como o próprio trailer mostra, Peter está relutante quanto as suas responsabilidades de herói, não quer se envolver mais com grandes ameaças como Thanos. Mas as poucos, começa a entender que existem muitas coisas em jogo que ele não pode ignorar, desde seus amigos mais próximos até pessoas inocentes que podem ser salvas por ele.
Uma boa escolha do longa é deixar de lado a super tecnologia do “Aranha de Ferro” e colocar o Homem-Aranha para atuar de forma mais crua, com suas habilidade naturais. Algo que conversa muito mais com espírito do personagem dos quadrinhos, que no primeiro virou praticamente uma marionete da inteligência artificia criada por Stark.
Claro que como em todas as versões de Homem-Aranha do cinema, o romance também tem espaço, e tentam até brincar com um triângulo amoroso novamente. Mas a questão aqui, é que ao contrário do casal com Laura Haurrier (Infiltrado na Klan) no primeiro filme, essa nova dupla de Tom Holland com Zendaya (“O Rei do Show”) tem química praticamente zero e não se sustenta na trama.
O roteiro de “Homem-Aranha: Longe de Casa” também aposta em certa displicência dos personagens para funcionar (talvez uma das cenas pós créditos até explique um pouco disso). De forma geral, a “inocência” faz acontecer boa parte da história. Não vamos revelar spoiler nesse post, mas reviravoltas que já vem sendo especuladas, em sua maioria, acontecem. Existem muitos elementos que não são o que parecem e que devem servir como base para os próximos filmes do Aranha.
Jake Gyllenhaal que por tantas vezes já esteve para ser o Homem-Aranha, faz um boa estréia no universo dos heróis com seu Mysterio. Carismático e entregue, o astro mostra que realmente está numa crescente há algum tempo, e pode se tornar uma figura importante para os próximos filmes do Homem-Aranha. Tom Holland novamente funciona dentro da proposta do filme, mas confesso que assim como acontece com o Dr. Estranho, prefiro essa versão do Homem-Aranha nas mãos dos Irmãos Russo em Vingadores. É impressionante como o estilo de direção, melhorou esses personagens na saga do Infinito. Jon Watts que já havia dirigido o primeiro filme entende os personagens de uma forma diferente, talvez um pouco mais caricata do que os originais, sempre privilegiando a comédia.
Todos os coadjuvante em torno de Peter Parker (exceto MJ), estão lá para fazer comédia, e ao tempo que a grande maioria das piadas são bem sacadas, em alguns momentos elas se tornam excessivas. A trilha sonora também tem uma função basicamente cômica (o que não é ruim). O melhor dos coadjuvantes é Happy Hogan (Jon Favreau), que praticamente se torna um “Alfred” desse novo Homem-Aranha
“Homem-Aranha: Longe de Casa” se aproveita dos visuais da Europa para dar um “respiro” nesse universo da Marvel, onde os vilões tem uma clara preferência pelos Estados Unidos (ou África rs). Com isso as cenas de ação brincam de colocar o Homem-Aranha em diversos monumentos da Europa e destruí-los. E esses são os melhores momentos do filme, a ação tem urgência, usa muito bem os poderes e movimentação do Homem- Aranha, assim como do Mysterio. Combinado com isso, os efeitos visuais dos “Elementais” estão excelentes, talvez um dos melhores trabalhos de efeitos visuais em filmes de heróis até hoje, o que torna as cenas mais hipnóticas e divertida.
Enfim, “Homem-Aranha: Longe de Casa”, não é muito diferente de “De Volta ao Lar”, exceto por ter ligações mais diretas com o universo Marvel. É um filme infanto juvenil com bons relances de ação, que tenta jogar a maioria de suas cartas no último ato, e possivelmente com isso, vá aumentar a empolgação do público. Confira o trailer e nossa “Chuck Nota”, logo abaixo.
Cenas pós – Créditos: O filme tem duas cenas pós-créditos, a primeira é uma grande surpresa e uma homenagem a trilogia original, estrelada por Tobey Maguire. Já a segunda é bem menos empolgante e tem mais a ver com o universo Marvel, ainda que não diga muito sobre o futuro dele.