MIB: Homens de Preto – Internacional ressuscita a franquia, mas sem a mesma criatividade
Em “MIB: Homens de Preto – Internacional”, Molly (Tessa Thompson) presenciou a abordagem de dois agentes do MIB aos seus pais, apagando a memória deles acerca da súbita aparição de um ser extraterrestre. Obcecada pelos mistérios do universo, ela cresceu com o sonho de ingressar no MIB. Após muita pesquisa, ela consegue descobrir a sede da agência e lá se candidata a uma vaga, sendo aceita por “O” (Emma Thompson). Ainda em experiência, e agora renomeada como agente M, ela é enviada a Londres para investigar algo estranho que tem ocorrido na agência local. É quando conhece o agente H (Chris Hemsworth), de grande renome pelos seus feitos no passado mas uma certa arrogância e displicência na execução do trabalho.
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Exceto por algumas homenagens, e a presença de Emma Thompson, “MIB: Homens de Preto – Internacional”, evita evocar muitas lembranças dos filmes anteriores.
O longa também não faz qualquer menção ao destino dos clássicos agentes K (Tommy Lee Jones) e J (Will Smith), presumi-se que estejam aposentados (o que inteligentemente não descartaria uma futura aparição da dupla).
Dito isso, ainda que de fato esse universo tenha muito potencial a ser explorado, não é bem o que se vê em “MIB: Homens de Preto – Internacional”. Esse quarto filme lembra “MIB 2” em seus maiores erros. O filme era basicamente uma grande exibição de habilidades em efeitos visuais, sem novidades e com uma história frágil.
Com diversos momentos de “Deus Ex-Machina” e explicações em excesso, “MIB: Homens de Preto – Internacional” vai caminhando por suas quase duas horas, para se posicionar como um filme daqueles para se ver em casa, enquanto se faz outra coisa. Bem como, o espectador pode perder alguns momentos, e mesmo assim, facilmente montará o quebra – cabeças do vilão. Este incrivelmente previsível.
Entre uma olhada e outra, o público verá algumas divertidas e gigantescas cenas de ação, que lembram desde Exterminador do Futuro, até Caça-Fantasmas (repare que não mencionei os próprios filmes do MIB)
Pela primeira vez na franquia, Barry Sonnenfeld não assume a direção, que fica a cargo de F Gary Gray. Gray que se destacou no sucesso surpresa de Straight Outta Compton, desde então mostra ter se entregado ao mercado, sem manter qualquer traço próprio. Foi assim em “Velozes e Furiosos 8” e, é assim aqui. F. Gary Gray está sempre emulando outros diretores, mas com certeza não entendeu o mundo que Barry Sonnenfeld ajudou a criar.
É possível dizer isso, principalmente, quando se observa o lado criativo da franquia. “MIB: Homens de Preto – Internacional” perde brutalmente na inventividade das criaturas. Todos parecem já terem sido vistos em outro filme, seja “Lilo e Stich”, “Star Wars” ou até mesmo o fracassado “Valerian“.
A verdade é que o filme sente muita falta do traço marcante do genial mestre da maquiagem, Rick Baker. O recordista de prêmios Oscar (são 7 na estante), foi responsável por dar vida a alguns dos alienígenas mais criativos e interessantes da trilogia original. Nesse recomeço, a produção opta por apostar no C.G.I quase que por inteiro. O resultado são aliens artificiais e sem aquele tom ameaçador que o realismo requintado de Rick Baker trazia.
Um nome das antigas que permanece com seu bom trabalho é, Danny Elfman (quase todos os filmes do Tim Burton e todos os MIB). Com sua trilha sonora de estilo noventista e tom de aventura, Danny traz alívio para quem sentir falta dos filmes originais.
No elenco, quem traz um refresco é a ótima e bela Tessa Thompson (“Creed 2“). O filme é dela basicamente, não só por ser a protagonista, mas por chamar essa posição desde o primeiro momento em tela. A agente “M” (posição que o Michael Jackson já tentou rs) tem carisma, um ar de sagacidade e, principalmente, uma “paixão” pelo mundo de MIB.
O mesmo talvez não se possa dizer dos personagens de Liam Neeson (“Busca Implacável”) e Chris Hemsworth (Thor). O agente T de Liam, é um clichê puro, totalmente previsível. Enquanto o agente H, de Chris Hemsworth, constrói pouca empatia com o espectador. Chris não é capaz de nos fazer torcer por ele, mesmo nos momentos em que não está se exaltando ou sendo exaltado (e são poucos).
Enfim, “MIB: Homens de Preto – Internacional” tem uma tendência a funcionar melhor com que não conhece a franquia. O grande problema, é que o filme precisa carregar a marca MIB, que por si só, tem uma relação especial com o público.
Quem for fazer aquela maratona antes de filme, pode realmente se sentir um pouco ludibriado pela promessa dele. “MIB: Homens de Preto – Internacional” é mais do mesmo, mas não do MIB e sim de outros filmes que vieram copiando MIB nesse meio tempo… Confira o trailer e nossa “Chuck Nota” logo abaixo
OBS: O filme Não tem cena pós – créditos.