A Blumhouse continua seu caminho de terror reflexivo com “Ma”.
Em “Ma”, Maggie (Diana Silvers) e seus amigos, todos menores de idade, estão tentando descolar bebidas alcoólicas em um mercado quando conhecem Sue Ann (Octavia Spencer), uma mulher adulta que usa sua identidade para ajudá-los. Além de comprar as bebidas, ela decide oferecer sua casa para que eles organizem uma festa com o pessoal do colégio. Os eventos acabam se tornando uma rotina do grupo, até que os jovens começam a identificar um comportamento estranho da dona da casa, que se torna cada vez mais controladora e obsessiva.
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A produtora, Blumhouse que se tornou um tipo de “casa do terror” do cinema atual, com grandes sucessos como, “Fragmentado“, “A Morte de Dá Parabéns” e o oscarizado, “Corra!”, entra nesse jogo mais uma vez sem pensar em entregar um terror qualquer para preencher grade de cinema. Bem como, não espere apenas um monte de “jumpscare” sem tema bem definido. “Ma” (um tipo de apelido que substitui “Mother”), segue a mesma linha de seus antecessores ainda que muita gente não vá notar.
“Ma” é dirigido por Tate Taylor do interessante “A Garota do Trem” e do bom e, polêmico, “História Cruzadas”. Tate entrega um resultado bem diferente do que o trailer vende, se o que as pessoas estão esperando é um filme clássico de uma psicopata colocando terror em adolescentes, não é o que elas vão encontrar (pelo menos na maior parte do tempo).
O filme na verdade tenta desmistificar clichês do gênero, trazer um conteúdo diferente do rótulo. Apesar de às vezes lento, se desenvolve de forma muito simples e até previsível.
Assim como em clássicos de terror adolescente, o roteiro usa a inconsequência adolescente como gatilho para muitas situações tensas e de alta expectativa. É justamente a expectativa o maior trunfo, e para alguns, também o maior vilão desse filme.
É óbvio que a rapidez com que certos momentos acontecem nesse jogo de amizade, deixa pontas soltas. Temos de contar muito com a inocência dos personagens para que situações tomem corpo na história. Quando o filme se assume como terror efetivamente, cai em alguns clichês como aplicar uma imagem demoníaca a personagem título e mostrar bizarrices com as vítimas (bocas costuradas e etc), esses com certeza, não são os melhores momentos de “Ma”.
O grande destaque fica (como era de se esperar) para Octavia Spencer. A atriz a vencedora do Oscar, se dedica e entrega até mais do que o conteúdo do roteiro lhe oferece, o que dá um ganho enorme de tensão ao filme.
Enfim, “Ma”, estruturalmente é muito bem construído e brinca bastante com as insinuações possíveis numa história dessas. Entenda, que “Ma” e suas costuras de história intencionalmente deixam mais coisas no ar, do que fatos entregues. E talvez esse seja seu grande trunfo e reflexão. Até que ponto as expectativas das pessoas podem se tornar realidade? E até que ponto seus instintos podem ser confiáveis…? Veja o trailer e nossa “Chuck Nota” logo abaixo.