“Juntos para Sempre” aposta na ideia de que todo o cão tem um propósito
Em “Juntos Para Sempre”, depois de muitas vidas e aprendizados, Bailey vive tranquilamente com Hanna (Marg Helgenberger) e Ethan (Dennis Quaid). Um dia, Gloria (Betty Gilpin), uma aspirante a cantora, aparece sem avisar na vida dos dois com uma notícia surpreendente: Hanna tem uma neta, chamada Clarity. Com o tempo, o cãozinho percebe como a menina é negligenciada pela mãe e decide que seu objetivo nesta vida é cuidar dela e protegê-la, incondicionalmente.
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Continuação direta de “4 Vidas de um Cachorro”, filme lançado em 2017, que fez sucesso e foi vítima de polêmicas. Como muitos devem se lembrar, um vídeo de um suposto mal trato durante as gravações foi amplamente trabalhado por defensores de animais, aparentemente sem o devido contexto, o que certamente prejudicou a recepção e percepção do filme.
Mas “4 Vidas de Um Cachorro” e “Juntos para Sempre” tem tanto as mesmas qualidades, quanto os mesmos defeitos. Parecem efetivamente duas partes de um mesmo filme, algo que por um lado é bom, pois mantém identidade, mas por outro, não corrige problemas do primeiro.
Esse longa aposta novamente na pré determinação das pessoas a gostar de tudo que envolva cachorros (não as culpo, a propósito rs). Bem como, faz escolhas bastante previsíveis e simples confiando no poder da fofura dos animaizinhos.
Na maior parte do filme, vemos uma história com muitos maniqueísmos. O bem vencendo o mal, doenças graves sendo curadas, trilhas agradáveis, paisagens aconchegantes. “Juntos Para Sempre” parece estar extremamente preocupado em nunca incomodar o espectador, a não ser nos vários inputs para fazê-lo chorar.
Como no filme anterior, aposta na emoção da despedida várias vezes. Momentos que devem pegar inevitavelmente quem já teve bichinhos de estimação.
Mas definitivamente, é preciso ter suspensão de descrença para acompanhar o filme. É necessário acreditar em coincidências e no destino, ou simplesmente, encará-lo 100% como uma fantasia. E levá-lo como fantasia não parece ser sempre a intenção, mesmo nos momentos em que evoca conceitos religiosos de paraíso.
O roteiro de “Juntos para Sempre” também se contradiz em alguns momentos importantes para o desfecho dos arcos, como à respeito de uma “herança”, que tem sua explicação alterada ao longo do filme, mas acaba importante para os rumos do longa.
A diretora Gail Mancuso tem muita experiência em séries family friendly para Tv, e traz muito desses traços para o filme.Porém, por escolhas que já mencionamos anteriormente, a diretora se perde no tom do filme. Por vezes deixando-o muito sério e outras deixando-o com linhas inacreditavelmente infantis, que chegam a constranger em certas cenas. Percebemos falta de tato, principalmente na direção de elenco, que tem mais potencial do que o demonstrado pelo filme.
O filme sempre melhora quando Dennis Quaid está em cena. Apesar de o ator ultimamente insistir em alguns maneirismo que fazem seus personagens ficarem parecidos, o veterano está no filme de corpo e alma. Bem como interage de forma muito honesta e emocional com os animais, o que dá brilho aos momentos que o envolvem.
O restante do elenco oscila, aparentemente, por falta de direção. Para sorte do longa, o início apresenta crianças muito carismáticas que nos fazem se importar com os personagens, mesmo que em fase adulta se tornem bem menos interessantes.
Vale ressaltar também o bom trabalho dos treinadores dos cães. Todos os cachorros são extremamente expressivos, sendo eles mesmos ou C.G.I, funcionam (e não necessariamente mal tratados pra isso).
Enfim, “Juntos para Sempre” é cafona em muitos momentos, mas ao mesmo tempo é envolvente. É um daqueles filmes capazes de nos deixar com emoções muito diferentes no decorrer dele. Há uma tendência há conquistar pelo tema e sua empatia, mais do que pela qualidade do filme em si… Confira o trailer e nossa “Chuck Nota” logo abaixo.