Duas Rainhas

Duas Rainhas (Mary Queen of Scots)

Duas Rainhas é um filme que se sustenta justamente pelas figuras de seu título

Em “Duas Rainhas”, Mary, ainda criança, foi prometida ao filho mais velho do rei Henrique II, Francis, e então foi levada para França. Mas logo Francis morre e Mary volta para a Escócia, na tentativa de derrubar sua prima Elizabeth I, a Rainha da Inglaterra.

É coerente dizer que esse filme, baseado em fatos históricos, depende bastante das excelentes atuações de Margot Robbie (“O Lobo de Wall Street”) e Saoirse Ronan (“Lady Bird”). Ronan constrói uma personagem jovial e cheia de personalidade, com profunda bondade e inocência. Enquanto Margot encarna uma rainha mais descrente, cansada do jogo do trono, mas ainda assim, estremecida com a crueldade da pessoas.

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Existe um conflito implícito pelas duas rainhas que nunca se concretiza, e o filme sabe trabalhar muito bem essa expectativa. Apesar da natural dificuldade do ambiente da época, a diretora Josie Rourke tenta encontrar algumas saídas feministas para a história (e tem dificuldade em achar).

O filme é uma rede de intrigas, ala “Game of Thrones”, onde as tais duas rainhas, parecem reféns de situações que pensam ter controle. Como o próprio longa faz questão de deixar claro, os homens não se conformam em seguir as rainhas e usam sua posição na sociedade para confrontá-las e manipulá-las.

Porém, para mostrar essas intrigas existe um excesso de subtramas, que em algum momento, chegam a ser cansativas e exageradas. O discurso de confronto religioso (Protestantes vs Católicos), é umas das subtramas mais interessantes, mas acaba ficando perdido em meio tantas histórias em sequência, principalmente na vida da rainha Mary, vivida por Saoirse. A plot religiosa é tão mal aproveitada quanto o próprio personagem de David Tennant (série Jéssica Jones), líder protestante, que surge e desaparece da trama, sem acrescentar muita coisa.

Duas Rainhas (Mary Queen of Scot)
Margot Robbie como Elizabeth

Além das atuações, o filme tem em alguns aspectos técnicos seus pontos fortes. Tanto figurino, quanto maquiagem são acima da média, não à toa, foram indicados ao Oscar desse ano. Destaque para a maquiagem incrível de Margot Robbie, que faz com que a musa se auto retrate como”feia” no filme. No entanto, a barba de alguns personagens (que demorariam anos para crescer, é verdade), parecem bastante falsas e tiram um pouco da concentração do espectador.

Enfim, ainda que tenha momentos marcantes e final poderoso, “Dua Rainhas”  peca pelo excesso. É um filme coerente com sua proposta, que tenta mostrar um lado cruel dos homens, e um pouco de humanidade das rainhas. Mas acaba expondo os “tons de cinza” de todos, principalmente no único encontro entre as protagonistas. “Duas Rainhas”, acaba por servir como uma boa ficção baseada em fatos históricos, mas sem aproveitar o potencial de empatia com o público. Confira o trailer e nossa “Chuck Nota”, logo abaixo.

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