Operação Fronteira é mais uma prova de que a Netflix só está preocupada em conseguir novos cartazes para a semana
Em “Operação Fronteira”, Tom Davis (Ben Affleck), Santiago Garcia (Oscar Isaac), Francisco Morales (Pedro Pascal), William Miller (Charlie Hunnam) e Ben Miller (Garrett Hedlund) são cinco ex-soldados das Forças Especiais dos Estados Unidos. Eles decidem se reunir para executar um plano arriscado: roubar um poderoso senhor do crime na fronteira que separa o Brasil da Colômbia e do Peru. No entanto, quando o esquema dá errado, os antigos companheiros de batalha se verão forçados a embarcar em uma luta por suas vidas.
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Desde que a Netflix começou a perder conteúdo dos grandes estúdios (que cresceram o olho no streaming) começou a surgir um sem fim de conteúdos descartáveis na plataforma. Aparentemente, sempre com muito dinheiro disponível, mas sem as pessoas certas pra saber o que fazer com ele.
“Operação Fronteira”, segue a máxima da reunião da super equipe. Santiago Garcia (Oscar Isaac) sai da América do Sul para buscar os “melhores dos melhores” que se encontram cada um em um ponto da vida, como manda a cartilha, fazendo coisas diferentes de sua vocação, (palestrante, vendedor de casa e etc).
Essa super equipe, exige um super elenco, e foi o que a Netflix trouxe. Além de Oscar Isaac (“Star Wars: O Despertar da Força“), temos Ben Affleck (“Liga da Justiça“), Charlie Hunnan (“Círculo de Fogo”) e Pedro Pascal (série “Narcos”). Nomes escolhidos a dedo, mas utilizados em grande parte apenas para fazer esse bom cartaz que você viu no início do post. O personagem mais coerente, e que se mantém equilibrado durante o filme, é o de Charlie Hunnam. Mesmo assim, não temos muitos detalhes sobre ele.
O restante dos personagens muda completamente em questão de minutos. As atitudes, principalmente, do personagem de Ben Affleck começam a ficar bastante incoerentes com o que se vê no início do filme. Bem como fica difícil ter empatia com qualquer um deles a partir desse momento e de uma série de ações da equipe.
Em prol de pequenas reviravoltas, os ex-militares passam a ser estranhamente descuidados, se arriscando à toa. Vários acontecimentos inexplicáveis começam a pular na tela, como um avião que cai justamente numa aldeia de plantação de coca, onde todos os habitantes tem armas e representam um risco a equipe.
Mesmo assim, a equipe tem algum entrosamento, exceto quando as interações acontecem com Ben Affleck. Apesar de ser vendido como um líder e amigo de longa data, Tom parece se comportar sempre de forma desconfiada ou escondendo algo que o filme prefere deixar de lado. Existem cenas que não tem função no filme (talvez fazer merchandising), e em determinado momento, já não se entende mais o que a equipe realmente quer, o objetivo final dos personagens se perde. Outra questão que incomoda é que as perdas de “Operação Fronteira” não tem qualquer peso, nem para os personagens, nem para o espectador.
Já como filme de ação, “Operação Fronteira” encontra bons momentos. O elenco principal domina muito bem a situação, quando o filme exige que eles realmente se tornem militares. A postura de “Batman ranzinza” do Ben Affleck funciona. Assim como os cortes de edição, que vão brincando com a equipe ao melhor estilo “Os Mercenários”. É uma pena que o filme tenha menos ação do que promete. Mas quando a equipe cai nela, é o que há de melhor e mais bem dirigido do filme.
Enfim, com roteiro desequilibrado, “Operação Fronteira” está certamente abaixo das expectativas, inclusive do público alvo desse filme. Claramente, os mesmos assinantes que curtiram conteúdos como Narcos na NetFlix; esses devem ficar com uma sensação decepcionante com o desenrolar, genérico e pouco inspirado de “Operação Fronteira”… Confira o trailer e nossa “Chuck Nota”, logo abaixo.
OBS: O Filme não tem cenas pós – créditos (apesar de deixar um sensação disso)