Com bons atores na estrada “Limites” é a clássica fórmula do “Feel Good Movie”
Em “Limites”, Laura (Vera Farmiga) é uma mulher que busca viver uma vida tranquila e que faz o possível para ajudar as pessoas. No entanto, seus desejos e sua generosidade entram em conflito quando ela precisa levar Jack (Christopher Plummer), um homem que é seu pai e também é um criminoso, em uma viagem de carro do Texas até a Califórnia. Os dois e Henry, filho de Laura, vão aprender da maneira mais confusa e difícil o que significa ser uma família.
O filme começa com uma apresentação competente e divertida dos personagens principais. Mas basicamente, para mostrar que Laura (Vera Farmiga), tenta convencer os outros de que está bem e desprendida do pai. Porém, na verdade, o restante do longa mostra que é uma pessoa triste, cheia de problemas e que também não sabe o que fazer com o complicado filho adolescente.
Ao mesmo tempo, o desenrolar apresenta um “Road Movie” clássico. Um filme explorador, que propõe uma convivência forçada entre os “desequilibrados” personagens. Todos figuras excluídas de seus meios, mas que na estrada, vão ter que deixar suas amarguras de lado.
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Porém, essa fórmula só é possível graças ao belíssimo trabalho do elenco. Existe uma ótima construção de personagens e do relacionamento entre eles. Vera Farmiga (“Invocação do Mal”) está excelente e diferente de tudo que tem feito. Normalmente mais contida, aqui ela está solta, desarrumada (mas ainda bela), e com gestos intensos. Christopher Plummer (“Todo o Dinheiro do Mundo”) e também o garoto Lewis MacDougall (“7 minutos para Meia Noite”), funcionam muito bem com suas tiradas irônicas e brincadeira com o silêncio. Ainda existem algumas ótimas participações especiais como a de Christopher Lloyd (“De Volta para o Futuro”) e Bobby Cannavale (Homem- Formiga).
Seguindo a pegada de filme pequeno, inspirado em sucessos como “Pequena Miss Sunshine”. Dessa forma, a direção de Shana Feste (“Onde o Amor Está”) tem aquele tom ameno, sempre invertendo os momentos de grandes discussões para reconciliações leves.
A princípio a fotografia tem bons momentos, principalmente quando se aproveita da luz natural para dar clima a trama. Não apresenta muitas novidades, mas consegue tirar alguns quadros de cena muito bonitos. A seleção sonora pinça alguns bons hits anos 80 e 90. Por outro lado, não utiliza tanto a trilha incidental.
Porém, o longa dá uma pequena “desacelerada” no segundo ato, quando começa a abusar de alguns twists cômodos demais. Bem como quando usam os cachorros que a personagem tanto adora, ou até mesmo o “produto” vendido pelo avô.
Enfim, “Limites” termina literalmente mostrando sua intenção principal, fazer você sentir vontade de abrir um sorriso, mesmo que de canto de boca. Exatamente como manda a cartilha do “Feel Good Movie”. Confira o trailer e nossa “Chuck Nota”, logo abaixo.