Sob o olhar atento de James Wan, “A Freira” não deixa cair o “padrão Invocação do Mal” de qualidade
O cineasta James Wan, diretor dos bem-sucedidos filmes de horror “Invocação do Mal” e “Invocação do Mal 2”, explora outro lado sombrio desse universo com “A Freira”. Dirigido por Corin Hardy (“A Maldição da Floresta”).
Quando uma jovem freira que vive enclausurada na Romênia comete suicídio, um padre com um passado assombrado e uma noviça são enviados pelo Vaticano para investigar o caso. Juntos, eles desvendam o segredo profano da ordem. Arriscando não só suas vidas, mas também sua fé e suas almas. Eles confrontam a força malévola que assume a forma da mesma freira e transformam o convento num campo de batalhas sobrenatural.
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“A Freira” é estrelado pelo indicado ao Oscar, Demian Bichir (“Uma Vida Melhor”) no papel do padre Burke. Taissa Farmiga (da série de TV “American Horror Story”) vem como a Irmã Irene e Jonas Bloquet (“Elle”) como o habitante local, Frenchie.
Definitivamente a franquia de terror mais competente dos últimos anos, “Invocação do Mal”, tomou para si as maiores expectativas dos fãs do gênero. Mas o que o capricho e criatividade vindos de James Wan (franquia “Jogos Mortais”, “Velozes 7” e “Aquaman”) são o que fazem a diferença. Ainda mais, quando comparado com os preguiçosos filmes de terror adolescente lançados de uns anos pra cá.
O roteiro de “A Freira” é bastante simples, mas funciona quase como uma escalada de atração em parques de diversões. Tudo se passa basicamente num convento/castelo de horror, cheio de divisões de ambiente, e “atrações” a parte. O filme utiliza os famosos jump scare, porém de forma moderada e bem planejada. O artifício é sempre usado num momento em que no entanto não se espera mais por ele. A presença da tal Freira é mais insinuada do que vista. Porém, quando ela aparece, toma a tela com sua figura única e bem desenhada,. Uma mistura do símbolo da religião com algo estranhamente macabro. O sobrenatural permeia o filme e o torna claustrofóbico em muitos momentos.
Juntamente com críticas leves a igreja católica, o filme explora de forma muito criativa os aspectos mais obscuros da religião. Ciente da improbabilidade de algumas coisas, o próprio roteiro tentar inserir alívios cômicos. Dessa forma, mandando o recado claro que nem tudo deve ser levado a sério por ali. Porém, o filme não se aprofunda muito na aguardada origem da entidade que toma a forma de freira, como faz “Annabelle”. O longa, está mais para um conto antigo com a personagem, do que uma origem. “A Freira”, tem seus furos, principalmente no que diz respeito a participação da jovem candidata a freira. Personagem que parece conveniente e inexplicável demais para a história.
Por outro lado, a escolha de Thaissa Farmiga para interpretá-la não poderia ter sido melhor. A moça mostra que não é apenas a irmã mais nova de Vera Farmiga. Thaissa é uma jovem atriz, bastante expressiva e talentosa, bem como, segura o filme de forma surpreendente.
Os co-protagonistas também se mostram eficientes. O elenco conta com o carisma de Jonas Bloquet e a aspereza de Demian Bichir. Esse que dá novos ares ao esteriótipo do exorcista.
Mas o elenco é beneficiado pela boa direção de Corin Hardy. Diretor que não tem uma carreira tão expressiva, porém, domina tudo que o filme propõe. Ótimo design de produção, efeitos visuais extremamente bem feitos (apesar de não parecerem caros), trilha sonora encaixada a dedo e, principalmente, edição de som. É incrível como a edição de som faz diferença em filmes de ação ou terror. Igualmente em “A Freira”, o jogo de sons e por que não dizer, a falta deles, torna o ambiente ainda mais aterrorizante.
Enfim, com um final que parece ter avançado alguns minutos desnecessariamente, “A Freira” não coloca sua força nos pequenos sustos, e sim na atmosfera assustadora. Repleta de muitos clichês, mas ainda assim, bastante assustadora e uma aposta confiável para os fãs do gênero. OBS: O filme não tem cenas pós créditos. Confira o trailer e nossa “Chuck Nota”, logo abaixo.