Uma escritora lança um livro de sucesso e logo depois tem um bloqueio criativo, ao mesmo tempo em que recebia cartas ameaçadoras de pessoas incomodadas com seu primeiro livro. Na sequência, ela libera seu novo livro, basicamente baseado nessas últimas experiências “reais” de seu processo criativo, livro que inspirou esse filme “Baseado em Fatos Reais”, que é dirigido pelo tão talentoso quanto polêmico Roman Polanski (“Chinatown”).
“Baseado em Fatos Reais”, é uma “estranha” ficção que tenta emular algum realismo e brinca com o desconforto que isso causa. Um suspense psicológico que se utiliza de uma edição intrigante para dilacerar as primeiras impressões aos poucos, e tornar a trama imprevisível.
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Em verdade, o longa trabalha o tempo todo as defesas psicológicas da escritora para resolver sua próxima obra, é um grande jogo de metáforas, que traz ao espectador os verdadeiros bloqueios da escritora.
Nesse sentido, Eva Green e Emmanuelle Seigner, se mostram escolhas acertadas para interpretar as protagonistas que se opõem em personalidades, com destaque para a excelente e sempre misteriosa Eva Green, que carrega a amizade psicótica e uma sútil tensão sexual entre as personagens, ao ponto de segurar algumas de suas maiores respostas até a última cena.
Os diálogos são longos e estranhamente íntimos, o que incomodam, mas também ajuda a segurar a atenção e não precisar de outros personagens ou núcleos para contar sua história.
Enfim, Polanski passeia por suas técnicas para oferecer um entretenimento diferente do que se costuma assistir ultimamente no cinema de “baixo orçamento”. O diretor não apela para os medos mais fáceis, e vai buscar no clima, na insistência, as inseguranças mais puras que uma pessoa pode sentir, através de uma linguagem única, bebida do ágil e ainda subvalorizado cinema francês.