A franquia Tomb Raider se reinicia nos cinemas 15 anos depois de sua última adaptação com Angelina Jolie em “Tomb Raider: A Origem da Vida”, relegado a velha pergunta “um dia haverá uma boa adaptação de games para os cinemas?”, o novo “Tomb Raider: A Origem” chega de olho num público muito específico, o mesmo que tem consumido vorazmente os filmes e produtos da Marvel.
No filme, Lara Croft é a independente filha de um excêntrico aventureiro que desapareceu quando ela mal tinha chegado à adolescência. Agora, uma jovem de 21 anos sem nenhum foco ou propósito na vida, Lara faz entregas de bicicleta nas caóticas ruas de Londres, ganhando apenas o suficiente para pagar o aluguel. Determinada a forjar seu próprio caminho, ela se recusa a tomar as rédeas do império global de seu pai com a mesma convicção com que rejeita a ideia de que ele realmente se foi. Aconselhada a enfrentar os fatos e seguir em frente depois de sete anos sem seu pai, Lara busca resolver o misterioso quebra-cabeças de sua morte, mesmo que nem ela consiga entender a sua motivação.
Em primeiro lugar, é preciso entender que “Tomb Raider: A Origem” é um filme para crianças e adolescentes, ponto. Isso nunca impediu que um adulto também se divertisse, vide filmes da Marvel e Pixar, porém, para uma franquia de games de tanto sucesso, as expectativas podem se tornar inimigas da “simplicidade” do filme.
De início, temos algumas boas e rápidas sequências voltadas para esse publico, com uma montagem muito usual de filmes adolescentes da atualidade. Cenas divertidas, que tratam de distanciar o longa dos anteriores e até trazem um traço de personalidade interessante para essa nova adaptação, que deixa bem explicado, inclusive, o criticado porte físico da atriz principal. Uma das grandes diferenças para os filmes com a Angelina Jolie no papel principal, é que aqui vemos uma Lara Croft ainda muito jovem, em formação e, relutante quanto a seu papel, até mesmo de multi – milionária, uma premissa com muito potencial que acaba sendo apressadamente resumida nos primeiros minutos do filme.
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Os problemas do filme começam quando ele, assim como tantos outros filmes recentes, deixa de pensar na qualidade do “primeiro produto” para pensar numa franquia, o longa se precipita em focar na sequência, deixando pontas soltas e histórias mal contadas em paralelo com a história principal, que acabam prejudicando o filme como peça única. Na linha principal “Tomb Raider: A Origem”, se explica demais e o tempo todo, usando até artifícios como “se você está vendo esse vídeo, já estou morto”. Repleto de pistas fáceis tanto para a história desse filme quanto para a do próximo, o roteiro tira um pouco da “emoção” que poderia ser emulada nos fãs dos games, que a priori, tem na dificuldade de descobrir pistas uma da principais diversões dos jogos. É um longa de aventura que não esconde fontes como Indiana Jones e até mesmo alguns dos melhores momentos da franquia Resident Evil nos cinemas (sim, eles existem!).
Além disso, o filme também conta com um vilão vivido por Walton Goggins (“Os Oito Odiados”), de personalidade contraditória e o péssimo hábito de “Sessão da Tarde” de descrever tudo que fez ou faz.
Roar Uthaug (“A Onda”) cai na mesma armadilha de diversos diretores de adaptações de games, a de tentar recriar cenas diretamente dos jogos, sem qualquer preocupação com o quanto elas parecem se encaixar com o mundo criado para o cinema. A tentativa é louvável por um aspecto, e fará muitos fãs dos jogos olharem a adaptação com mais carinho, o problema é que em determinados momentos tudo soa tão fora de tom (considerando que é uma personagem “real”), que fica realmente parecendo com o trailer de um dos novos jogos da heroína.
A fotografia segue a mesma linha de tentar criar “quadros” nas cenas mais impressionantes, mas não capta tão bem o sentido de urgência que alguns do perigos deveriam trazer.
É difícil analisar a atuação de Alicia Vinkander como “badass” de ação, pois se vê que poucas ou quase nenhuma cena de ação tem a atriz, que é substituída por C.G.I na grande maioria das vezes, e nas poucas chances em que Alicia está presente, as coreografias e falta de carisma, não ajudam. Nas cenas mais dramáticas, a atriz, vencedora do Oscar, apenas tenta se desvencilhar de uma direção de atores ruim conduzida por Roar.
Enfim, “Tomb Raider: A Origem”, é um filme genérico, com alguns momentos divertidos, mas que se esquece rapidamente. Despreocupado em trazer novidades ou construir um mundo coerente para a personagem principal, resta a “Tomb Raider: A Origem”, contar com a marca famosa e boa vontade dos fãs para tentar endireitar os caminhos em suas sequências (se acontecerem). Confira o trailer e nossa Chuck Nota, logo abaixo.