#Oscar2018
O anunciado último filme do super premiado ator, Daniel Day Lewis, traz praticamente uma versão “ranzinza” do próprio Daniel, conhecido por ser o homem do “método”, dedicado e sempre entregue a seus personagens. E é nesse pilar, exatamente, que “Trama Fantasma” se baseia, no inegável talento e dedicação de Daniel Day Lewis.
Ao resgatar o glamour e a alta costura da época, o filme apresenta a vida de um estilista confiante e focado que tira inspiração das mulheres que, constantemente, entram e saem de sua vida. Acostumado a vestir a realeza, estrelas de cinema, socialites e damas, Woodcock vê sua trama perder o rumo quando se envolve com Alma (Vicky Krieps), uma jovem forte que logo se torna um acessório necessário para sua vida e carreira, como musa e amante.
O filme joga desde o início com a alegoria da “Musa”, sendo elas importantes para entender a cabeça do personagem principal, que é o tipo que não gosta de estar preso a nada que não seja seu trabalho, mas se encontra em uma encruzilhada quando surge um nova “musa”.
O filme tem bons diálogos, e o nível do elenco ajuda bastante a aprofundá-los, mas isso não impede que a narrativa seja lenta e sonolenta em muitos momentos. Os elementos se repetem e como é tudo muito blasé, o longa deixa a impressão de não estar evoluindo. Um dos pontos fortes de “Trama Fantasma” é a boa construção de relacionamento entre Woodcock e sua irmã, na verdade um relacionamento “estranho” e “misterioso”, que intriga o espectador e, contribui para manter a atenção.
A paleta de cores é sempre fria o que combina com o estilo sistemático do personagem principal, que não gosta de “movimentos excessivos”, e esse tom muda providencialmente em momentos onde a história tem leves picos.
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O diretor, Paul Thomas Anderson, coloca seu trabalho todo a serviço de Lewis. Paul dirige as cenas de forma muito cuidadosa e sempre com espaço para seu astro inserir maneirismo e brilhar nesse papel que, com justiça, lhe rendeu mais uma indicação ao Oscar. Paul só tem problemas mesmo na hora de imprimir mais ritmo a trama.
Seria meio óbvio dizer que um filme sobre moda tem em seus figurinos um ponto forte, mas como sabemos que essa fórmula não é exata, vale sim ressaltar que “Trama Fantasma” nos leva a uma viagem pela Londres dos anos 50, trabalhando o design de vestuário e produção com alta fidelidade
A trilha sonora indicada ao Oscar, é carregada e dramática demais, combina com os objetivos de tom do longa, porém, tende a deixá-lo mais maçante em seu desenrolar.
Enfim, “Trama Fantasma” é uma despedida digna para Daniel Day Lewis (se é que será mesmo a despedida), pois o ator reforça sua imagem de astro dedicado e centralizador de atenções. Para o filme em si, falta objetivos mais claros , e uma jornada mais identificável que tornasse o trabalho de seu protagonista ainda mais brilhante. Assim como na indicação de Gary Oldman em “O Destino de Uma Nação”, nesse caso, o ator está acima do filme. Confira o trailer e nossa “Chuck Nota”, logo abaixo…
