Estréia: 4 de Janeiro
“Viva – A Vida é Uma Festa”, chega com ares de hit internacional para comandar as férias no cinemas brasileiros, e no que depender da qualidade do filme, a nova obra da Pixar fará isso com facilidade.
No filme, apesar de a música ter sido banida há gerações em sua família, Miguel (voz do novato Anthony Gonzalez) sonha em se tornar um grande músico como seu ídolo, Ernesto de la Cruz (voz de Benjamin Bratt). Desesperado para provar o seu talento, Miguel se vê no deslumbrante e pitoresco Mundo dos Mortos seguindo uma misteriosa sequência de eventos. Ao longo do caminho ele conhece o trapaceiro encantador Hector (voz de Gael García Bernal), e juntos eles partem em uma jornada extraordinária para descobrir a verdade por trás da história da família de Miguel.
Após um belíssimo prólogo contando a história da família de Miguel e a tal proibição de música, já temos ideia do que virá a seguir. A Pixar demonstra que definitivamente sabe como abraçar ideias, por mais inesperadas que pareçam, foi assim com “Toy Story” (brinquedos com vida), “Divertida Mente” (Sentimentos com Sentimentos) e é assim com “Viva – A Vida é Uma Festa”.
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Aqui entra um bom recado para as pessoas que teimam em dizer que animações são para crianças… Ao contrário de muitos filmes “adultos” que temos visto por aí, esse longa tem personagens bem desenvolvidos, carismáticos, e você entende e compra a jornada deles até o final. O roteiro é extremamente bem acabado, com boas e inesperadas reviravoltas que são construídas “passo a passo”. É bem verdade que existem pequenas conveniências no final, mas podemos relevar, afinal, estamos falando de um filme totalmente baseado em lendas e fantasias.
A Pixar trata com respeito a tradição mexicana do “Día de los muertos”, que ao contrário do “Dia dos Finados”, que temos no Brasil, é uma data de comemoração, uma data para lembrar os entes queridos e sentir como se eles estivessem de volta por um dia. Assim, “Viva – A Vida é Uma Festa”, traz bonitas mensagens sobre saudade e lembranças, e sobre como dar valor as pessoas importantes, estejam elas ao seu lado, ou não.
As comparações com o ótimo “Festa no Céu”, de 2014, são inevitáveis, porém são filmes bastante diferentes, principalmente em estilo. Digamos que são filmes que se complementam como abordagem da mítica do “Dia de los muertos”.
Os latinos, em especial, devem se identificar com as situações de cotidiano que o filme apresenta, sempre bem humoradas e carregadas de ironia. A comédia é repleta de sacadas rápidas e referências a personagens históricos, o que acrescenta ainda mais diversão ao longa.
Como um filme que parte do tema musical, “Viva – A Vida é Uma Festa”, não poderia deixar de ter sua força na trilha sonora. Esta, é um show a parte, com canções originais lindíssimas, destaque para “Lembre de Mim”, uma verdadeira campeã de arrancar choro e que pode ser uma ótima candidata ao Oscar desse ano.
O design de produção obedece a qualidade da Pixar, mas brinca também com o “estilo mexicano de ser”, traços realistas para retratar a aparência do povo, mas ao mesmo tempo com tons cartunescos para torná-los mais “próximos” do espectador, tudo isso bem combinado com a paleta de cores colorida e vibrante que nos faz sentir o clima do país a todo o momento.
Enfim, “Viva- A Vida é Uma Festa” é, sem exageros, a mais nova obra prima da Pixar, que não tem acertado em tudo que faz ultimamente (“O Bom Dinossauro” que o diga), mas quando acerta, é um golpe para derrubar. Este novo filme é isso, tocante, engraçado, emocionante, envolvente, e, principalmente, honesto… É um longa tão bem desenvolvido que talvez funcione até melhor para adultos do que para as crianças, que possivelmente ainda não entendam sua mensagem, mas que mesmo assim, devem ficar hipnotizadas pela impecável parte visual… Confira o trailer e nossa “Chuck Nota”, logo abaixo…