O capítulo final da bem sucedida franquia adolescente, Maze Runner, resolve seus temas principais, mas deixa arcos importantes sem grande desfecho, o que acaba resultando em apenas mais um episódio dentro da média, numa franquia que começou com muito potencial.
No filme, Thomas lidera seu grupo de Clareanos em fuga em sua missão final e mais perigosa até então. Para salvar seus amigos, eles devem invadir a lendária Última Cidade, um labirinto controlado pela CRUEL que pode vir a ser o labirinto mais mortal de todos. Qualquer um que o complete vivo, receberá respostas às perguntas que os Clareanos têm feito desde que chegaram ao labirinto
Existe um lado positivo e um negativo no fato de “Maze Runner: A Cura Mortal” e “Maze Runner: Prova de Fogo”, parecerem parte 1 e 2 do mesmo filme. O público reconhece e se identifica rápido nesse fechamento de trilogia, não há grandes choques visuais ou de tom. Ao mesmo tempo, você parece estar assistindo uma fita travada em boa parte do longa, as situações se repetem, mudam (as vezes) de cenário, mas se repetem.
Os problemas de fotografia e edição habituais da saga continuam, no primeiro havia poucos recursos, então esconder efeitos especiais numa fotografia mais escura, pular cenas na edição e etc, eram artimanhas até que bem vindas. Porém, a partir do segundo filme, já com um orçamento maior, esses incômodos continuam e mostram que não era só uma questão de verba. Até porque esse longa tem de longe os melhores efeitos visuais da franquia, e as roupas mais descoladas também… (é difícil entender como os jovens conseguem roupas tão legais e limpas, num cenário pós – apocalíptico).
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Wes Ball retorna a direção com o maior desafio da franquia, juntar o detalhes, responder dúvidas e fechar a trilogia tornando os dois primeiros filmes mais interessantes. Não foi o que aconteceu, a trilogia termina sem explorar algumas perguntas importantes para sua própria existência, como o passado de Thomas (Dylan O’ Brien) ou de Teresa (Kaya Scodelario), protagonistas explicados superficialmente na franquia entre um ou outro flashback, que não explica metade de suas habilidades ou personalidade.
É o filme com mais ação e menos explicações da franquia, e olha que por aqui, gostamos de uma boa ação. Mas um fechamento de trilogia precisa ter mais “corpo”. Chega um momento em que já não se entende de onde vem tantas explosões e como não foi tudo pelos ares, numa guerra que já não faz mais sentido. A ação é gigantesca, mas nem sempre se consegue visualiza-lá bem, e nenhum dos personagens vende a imagem de “badass” que essas cenas pedem.
Um dos pontos mais positivos dessa franquia, é que ela é desprendida de personagens, pessoas morrem, como numa situação normal morreriam, todos os filmes da trilogia lidam com perdas e esse não é diferente. Coragem que franquias como Marvel e até mesmo Os Mercenários, não têm.
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O grupo principal do filme, formado pelos jovens que fugiram do labirinto, tem carisma quando juntos, mas individualmente os personagens perdem força. Dylan O’Brien apresenta alguns momentos “over” como Thomas e Kaya Scodelario é praticamente um holograma nessa franquia, parece sem vida (está melhor e mais interessante em “Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar”). O veterano Giancarlo Esposito (série Breaking Bad), é com certeza um dos grandes desperdícios da franquia, com um personagem que nada acrescenta pra ela e não tem personalidade definida, enquanto Aidan Gillen (o Mindinho, da série “Game of Thrones”), interpreta o mesmo personagem de Game of Thrones, com vestes mais modernas.
Enfim, “Maze Runner: A Cura Mortal”, apela para o sentimentalismo dos fãs já com saudades. Encerra a história sem deixar ganchos para continuação, mas com aquele gosto amargo de estar abaixo de seu potencial, aquele mesmo gosto que se sentia nos filmes anteriores, mas que esperávamos que desaparecesse nesse último. Confira o trailer e nossa “Chuck Nota”, logo abaixo…