Vou contar aqui um relato muito pessoal, em primeira pessoa mesmo, como nos primórdios dos blogs, para vocês entenderem o que aconteceu no último dia de Comic Con Experience em 2017. O dia que vou chamar aqui carinhosamente de “Will Smith Experience”, porque foi o que se viu no pavilhão da Expo São Paulo, no domingo dia 10.
A Expectativa
Durantes os 4 dias haviam algumas novidades esperadas, muitas atrações nos stands, mas a parte de artistas não estava tão equilibrada quanto nos últimos anos, não haviam grandes nomes em todos os painéis, mas havia pela primeira vez, um nome do primeiro escalão de Hollywood (tanto em cachê, quanto prestígio). A Netflix tinha garantido a presença de Will Smith, responsável por alguns dos maiores sucessos de bilheteria dos anos 2000 e conhecido por seu carisma e simpatia. Confesso que jamais tive tanta vontade de ver o painel de algum artista na CCXP quanto o de Will Smith, tanto por ser fã, quanto pela expectativa do show que o astro poderia dar.
O Dia “D”
Para Will Smith, talvez fosse só mais uma Comic Con pelo mundo, para os fãs que o aguardavam desde cedo (havia casos de pessoas esperando 12 horas antes da feira abrir), era a oportunidade de ver um grande ídolo internacional que monopolizou a infância de muita gente, seja com a série “Um Maluco No Pedaço” ou com blockbusters inesquecíveis como “MIB- Homens de Preto”, “Independence Day”, “Hitch – Conselheiro Amoroso”, “Eu, Robô” e por aí vai. A verdade é que só se falava em Will Smith no início do dia, lembro de um pai que havia acabado de entrar no espaço, e estava ao meu lado, dizer “Vamos lá filho, comprar uma água e ir procurar o Will Smith”. O esquema para o auditório principal da CCXP, funciona da seguinte forma, as pessoas pegam a fila e entram, se quiserem ficar o dia inteiro lá, podem ficar, mas se saírem, tem que pegar a fila de novo. Então muitas pessoas já haviam garantido o lugar para ver Will Smith pela manhã e foram passando por todos os painéis ao longo do dia, com o foco lá na frente para a apresentação de “Bright”, o novo filme da Netflix com Will Smith, que aconteceria às 17h30. Uma situação engraçada foi como a equipe da Maurício de Souza Produções, que era o painel anterior ao de Smith, foi “enganada” pelo público, pensando que havia lotado o auditório com capacidade para 3 mil pessoas, quando na verdade 99% do público já estava lá apenas passando o tempo para ver o super astro norte – americano.
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Will…
Eis que chega o grande momento, auditório lotado, pessoas na fila lá fora implorando por uma esperança de ainda entrar. Então sobe ao palco a apresentadora, já trazendo uma surpresa, assistiríamos ao filme antes da entrada Will Smith. Algo que não havia sido anunciado, já que o longa ainda estréia em 22 de Dezembro na Netflix. Uma boa notícia, que aumentava a ansiedade do público lá dentro. Com 10 minutos de filme, ficou impossível ouvir as falas, e as paredes pareciam tremer, não porque o sistema de som fosse ruim, mas sim porque Will Smith tinha aparecido lá fora num “rooftop” no meio do pavilhão, e o evento começou a tomar contornos de estádio de futebol. Os gritos de “Will, Will, Will” eram ensurdecedores, e Will Smith não deixava por menos, incendiava mais ainda o público. Antes disso, o artista tinha passeado pela feira com uma máscara de Orc, deixando o público curioso, até revelar sua identidade no stand da Netflix para incredulidade de quem estava lá.
Toda essa atmosfera criou mais expectativa dentro do auditório, e quando o bom “Bright” (em breve teremos a crítica), terminou, nós estávamos ainda mais empolgados para receber Smith. A apresentadora voltou e sem mais delongas chamou os participantes do painel, sim, Will Smith não era o único, com ele tinham desembarcado no Brasil o diretor David Ayer (“Esquadrão Suicida”), e o co-protagonista do filme, Joel Edgerton (“Aliança do Crime”). Ambos foram recebidos calorosamente, mas sabiam que o que viria a seguir não tinha comparação, debaixo de muita euforia entrou no palco Will Smith… de sorriso largo, luz própria e transbordando carisma, já foi logo tratando de interagir com o público ao som de gritos do seu nome, para logo antes de se sentar. puxar um beat box combinando o “Will, Will, Will” que tanto o público entoava.
Começou a entrevista e Will Smith intercalou com os colegas os comentários sobre o filme, principalmente sobre a interessante temática racista que coloca Smith como o policial preconceituoso frente o ORC.“Achei uma maneira interessante para abordar racismo. E aprendi que, dessa forma, você pode falar coisas que não poderia normalmente ”, explicou Will. “É uma mistura de um filme realista e sombrio sobre policiais, como ‘Dia de treinamento’, com ‘O Senhor dos Anéis’.”
Entre uma pergunta e outra, em não mais do que 10 minutos de painel, Will resolveu incendiar a galera novamente, ao começar a melodia da música de abertura da série “Um Maluco no Pedaço”, e sentir a reação incrédula do público, o astro não pensou duas vezes, levantou e começou a cantar a música, o que fez o auditório ir abaixo, as pessoas gritavam e se divertiam junto com o ator. E foi assim durante todo o painel, tudo que Will dizia era motivo de aplausos. No final o ator tirou a clássica selfie com a plateia ao fundo, pegou bandeira do Brasil e ainda teve tempo para autografar um disco de vinil de um fã, da época do “Dj Jazzy Jeff & The Fresh Prince”.
A Experiência continuou…
O que vi depois, foi outra demonstração da força de Will Smith junto ao público. O painel de “Bright” atrasou e por conta disso, na saída, os stands já haviam terminado suas atividades e, teoricamente, só restava ao público ir embora… teoricamente… porque as músicas clássicas dos episódios de “Um Maluco no Pedaço”, estavam tocando no pavilhão e o clima era inexplicável, ninguém parecia querer deixar o local, pessoas dançavam as coreografias da série, e pareciam não saber para onde ir, se amontoando na saída do auditório na esperança de ter mais um vislumbre de Will Smith… Era a “Will Smith Experience” acontecendo, as pessoas viveram o momento, viveram o “Épico” que o evento tanto promete em seu slogan, mas dessa vez com a verdadeira força da palavra. Um dia inesquecível para os fãs que viram que o ídolo era exatamente tudo que se imaginava dele, e porque não dizer, para a Netflix, que viu o astro cumprir com seu papel e fazer de longe a melhor divulgação de material por um convidado em todos os anos de evento.