Você curte o Batman, e não perde um filme com o morcegão, mas toda vez que assiste um filme avulso fica sem entender por que tem outro ator diferente no papel do Bruce Wayne? Pois é, poucas pessoas conseguem acompanhar essas mudanças, nós já explicamos o porquê das mudanças do Homem-Aranha (relembre aqui) e agora é hora de saber por que estamos no 5º Batman desde o filme de 1989. Vamos desconsiderar o lendário Adam West, da série de TV, pois estamos focados em cinema. <Atualizado 21/02/2018> Pra você que curte, abaixo nossa versão desse post em vídeo<Fim da Atualização>
Como o McLanche Feliz causou a saída de Michael Keaton…
Tudo começou lá em 1989, com “Batman”, a primeira “superprodução” do Homem- Morcego para o cinema. Comandada pelo criativo Tim Burton (“Os Fantasmas Se Divertem”) e estrelada pelo improvável Michael Keaton, com Jack Nicholson como Coringa, o filme foi um mega sucesso, e o bom retorno garantiu a continuação com o mesmo Michael Keaton. “Batman – O Retorno”, já nasceu como uma máquina de merchandising… mochilas, bonecos, lancheiras, participação em campanha da Coca Cola e claro, um kit “Mc Lanche Feliz”… Tudo corria, bem até uma crítica do Los Angeles Times mudar os rumos da história do Batman nos cinemas.
No texto, o jornalista elogiava “Batman: O Retorno” e dizia que os fãs adultos, interessados em violência e um tom mais sombrio, iriam gostar muito, mas que não entendia como o Mc Donalds podia divulgar um filme tão “pesado” para suas crianças através de um produto chamado “Mc Lanche Feliz”. Isso foi suficiente para outras publicações irem na onda e começarem a ironizar os conceitos do Mc Donalds, o que se tornou um grande desastre de relações públicas, piorado quando o próprio Mc Donalds e a Warner vieram a público dizer que a promoção não tinha ligação com o filme, e sim com a comemoração ao personagem em si. O problema é que todos os comerciais usavam a marca “Batman Returns”, o que contradizia as empresas.
A verdade é que a visão de Tim Burton para o Batman estava longe de algo infantil. Principalmente em “Batman – O Retorno”, o tom era muito sombrio, com cenas como o Pinguim com um sangue preto escorrendo pela boca, Pinguim mordendo narizes, Selina Kyle sendo atacada de forma bizarra por gatos, mortes e por ai vai. Ou seja, o tipo de filme do qual marcas como o Mc Donalds provavelmente não gostariam de se aproximar novamente.
Em resumo, educadamente, a Warner manteve Tim Burton apenas como produtor do filme, mas trouxe outro diretor para aplicar um tom mais leve e infantil ao Batman.
Michael Keaton ainda seria o Batman no terceiro filme, porém, quando o projeto começou e Keaton teve suas primeiras reuniões com o diretor Joel Schumacher, as coisas mudaram de figura. Michael Keaton ficou muito preocupado com o roteiro do filme e com visão do diretor. Segundo palavras do próprio Keaton:
“Era horrível! O roteiro nunca foi bom. Eu não conseguia entender por que ele queria fazer o que queria fazer. Eu me segurei em muitas reuniões. Soube que o filme tinha problemas quando [Joel Schumacher] disse ‘por que tudo tem que ser tão escuro?’”.
“Eu tentei ser paciente, mas depois de um certo ponto, eu pensava que não podia aguentar mais aquilo, seria horrível. Mas, havia um mal gosto realmente geral nos anos 90, e provavelmente eu tenha contribuído com isso, infelizmente “, admitiu Keaton.” Foi um tempo de excesso dos novos ricos – todos eram conhecidos por seus jatos e suas coisas. E eu pensei, estou neste trabalho para longo prazo, eu não quero isso. E a verdade é que não estou me vangloriando, mas estava correto”.
E enfim, um ano antes do lançamento de “Batman Eternamente”, Michael Keaton abandonou o barco (abandonando também um possível cachê de U$ 30 milhões).
Val Kilmer, o “senhor convivência”!
Para o lugar de Michael Keaton, uma escolha tão inesperada quanto o próprio Keaton. Era Val Kilmer (“Top Gun”), ator com um biotipo bastante diferente do Batman anterior, dando ares de reboot, quando essa palavra nem era usada ainda.
O resultado foi que “Batman Eternamente”, fez muito dinheiro, cerca de U$ 336 milhões somente em bilheteria (ótimo para a época), fora o merchandising, Val Kilmer foi bem recebido e para Joel Schumacher era o Batman perfeito. Naturalmente, Val Kilmer era a primeira opção para reprisar o papel, mas porque ele não voltou para “Batman e Robin”?
Pois bem, alguns atores tem uma má fama nos bastidores do tamanho de seu próprio talento. Exemplos não faltam, Edward Norton (“O Incrível Hulk”), Christian Bale (“O Cavaleiro das Trevas”), Marlon Brando (“O Poderoso Chefão”) e … o próprio Val Kilmer. Sim, segundo as pessoas envolvidas no filme, Val Kilmer chegou a um ponto insuportável. Algum tempo atrás, Joel Schumacher deu uma declaração sobre o assunto.
“[Val Kilmer] estava sendo irracional com o primeiro assistente do diretor, o cinegrafista, as pessoas do figurino. Ele era grosseiro e inapropriado. Ele era infantil e impossível. Fui forçado a dizer-lhe que isso não seria tolerado por mais um segundo. Então tivemos duas semanas onde ele não falou comigo, mas foi uma felicidade! ” Aparentemente, a reputação dos comportamentos negativos e irritáveis de Val Kilmer não foi iniciada ou terminou em “Batman Eternamente”. Um artigo de maio de 1996 publicado pela Entertainment Weekly intitulado “Val Kilmer Makes Enemies in Hollywood” referenciou outros diretores que, segundo notícias, tiveram relações complicadas com o ator.
A produção de Batman não estava disposta a viver mais uma jornada com o talentoso, mas “insuportável” Val Kilmer, e assim, dois anos depois, a continuação da franquia traria um novo Bruce Wayne, deixando Val Kilmer esquecido no tempo.
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George Clooney vai se desculpar pelo resto da vida!
Em 1997, foi lançado “Batman e Robin”, quarto filme da franquia, que agora trazia George Clooney no papel principal. Para essa sequência, a fórmula colorida de Joel Schumacher ganhou ainda mais sinal verde (já que havia feito sucesso anteriormente), e o diretor, conhecido por seu jeito espalhafatoso pesou a mão de vez. Pegou toda a galhofa da série de tv e aumentou 100 vezes. Vimos cenas como um close na bunda do Batman, uniformes com mamilos marcados (os famosos batmamilos), o BatCartão de Crédito, Arnold Schwarzenegger de pantufas e etc. A essa altura, George Clooney já estava preso até o pescoço e mesmo aparentemente sabendo no que tinha se metido, só lhe restou terminar o trabalho e atuar da melhor forma possível na divulgação. É possível ver em algumas entrevistas de divulgação do filme, um claro desconforto de George Clooney.
Fato é, que dessa vez o tiro saiu pela culatra, o filme foi um fracasso de público e principalmente, de crítica, massacrado por todos lados. “Batman e Robin”, não só quase acabou com a carreira do Batman nos cinemas, como engavetou muitos projetos de filmes de heróis, que só voltaram a ver a luz depois de “Homem-Aranha” (1999) e “X-Men (2000)”. Nesse caso, nem se pode falar de uma saída de George Clooney especificamente, pois qualquer projeto de filme ligado ao Batman foi cancelado, e consequentemente, toda a equipe de Joel Schumacher foi limada dos planos também
O que não quer dizer que George Clooney continuaria no papel se o quisessem, o ator já pediu desculpas pelo filme mais de uma vez:
“Eu sempre me desculpo por Batman & Robin. Deixe-me apenas dizer que eu realmente pensei que havia destruído a franquia até que outra pessoa trouxe de volta anos mais tarde e de uma forma diferente (trilogia Christopher Nolan). Naquela época. eu pensava que seria uma mudança boa na carreira. Uhmmmmm, não era“.
Vá jovem e viva como um herói, ou continue e vire o vilão! (Christian Bael)
Um trocadilho com a famosa frase proclamada em “O Cavaleiro das Trevas”, para contar um pouco da história da saída de Christian Bale do mundo do Homem – Morcego.
Depois de anos engavetado devido ao desastre de “Batman & Robin”, o herói voltou ao planos da Warner com um reboot total em 2005. Saía de cena o mundo colorido de Joel Schumacher, e George Clooney era esquecido, em pró de um Batman mais realista e pé no chão. “Batman Begins”, trouxe a essência de “Batman Ano Um” para as telonas, se aprofundando pela primeira vez no que levou Bruce Wayne a se tornar o Batman.
Comandado pelo hoje aclamado Chistopher Nolan e protagonizado pelo temperamental Christian Bale, “Batman Begins” fez sucesso, mas nada que prepara-se o público para o que viria depois. A continuação, “O Cavaleiro das Trevas” foi um fenômeno da cultura pop, que rendeu um Oscar (até então improvável) de melhor ator coadjuvante para Heath Ledger e cravou de vez a “trilogia Cavaleiro das Trevas” no coração do público. Antes do terceiro filme, o diretor Christopher Nolan, já dava sinais de que sua missão terminaria ao fechar a trilogia. E foi o que aconteceu, mesmo após o grande sucesso do terceiro filme, “God Nolan”, como era conhecido entre os fãs, disse adeus ao Homem-Morcego.
Ok, mas o que tudo isso tem a ver com permanência de Christian Bale? No caso de Christian Bale e Christopher Nolan, havia realmente uma parceria, a trilogia Cavaleiro das Trevas era o projeto de uma equipe, uma visão diferente de Batman, e Christian Bale estava totalmente envolvido, por isso para ele foi muito natural desconsiderar fazer outro flime do Batman sem o comando do diretor. Na verdade o próprio Christian Bale admitiu que teria feito outros filmes como Batman, se Christopher Nolan tivesse mais histórias para contar.
“Nós fomos incrivelmente afortunados em fazer três. É o bastante. Não vamos ficar gananciosos … Chris sempre disse que queria fazer um filme por vez. E ficamos sentados um para o outro, dizendo: “Estamos prestes a fazer o terceiro”. Nós nunca soubemos realmente se chegaríamos lá, mas se chegássemos, era ali que deveria terminar também”.
Com a grande popularidade de Christian Bale, logo que começou a se falar do universo compartilhado da DC e de que “O Homem de Aço 2” (título da época), promoveria o primeiro encontro entre Batman e Superman, as especulações sobre a volta do ator vieram com força. Todos queriam ver o Batman de Christian Bale num universo com outros heróis da DC, todos… menos o próprio Christian Bale… Para Bale era hora de ir frente, se dedicar a outros trabalhos, deixar que outro assumisse o posto. Além disso, tanto para Christian Bale quanto para o antigo diretor Christopher Nolan, no mundo realista daquele Batman que eles criaram, não havia espaço para super seres voadores, vilões interplanetários e etc, ou seja, não combinava.
Muito se falou sobre uma super oferta arrasa quarteirão que a Warner fez para Bale voltar, uma bagatela inimaginável de U$ 50 milhões para o astro viver Bruce Wayne novamente e que ele recusou… O que há de verdade sobre essa proposta, é que ela não chegou a ser feita oficialmente. É insano pensar que a Warner não tenha pensado em trazer Bale de volta, mas isso não foi a frente. As constantes declarações de Christian Bale e Christopher Nolan sobre seu desinteresse em continuar com Batman, e principalmente, a liberdade que Zack Snyder teve para começar a pensar no mundo da DC podem ter enterrado de vez as chances da Warner investir pesado na volta de Bale, que traria consigo toda uma necessidade de adaptar os filmes a visão que já havia sido construída na trilogia. O próprio Bale desmentiu a proposta multimilionária de Batman, quando desmentia outro boato que o envolvia (sobre o James Bond):
“Não. Nunca ouvi falar disso. Igualmente falso sobre eles me oferecerem Batman, antes de Ben Affleck… Eu acho que é a decisão certa. As pessoas estavam falando sobre essa quantidade obscena de dinheiro que eles estavam jogando pra cima de mim. Não. Eu não conversei com ninguém sobre fazer esse papel novamente.”
BatAffleck está se preparando para entrar nessa lista?
E com o fim da era Christian Bale, era preciso encontrar um novo Batman, dezenas de nomes como Josh Brolin, Ryan Gosling e até Keanu Reeves foram especulados, até que a Warner resolveu surpreender todo mundo e quase quebrou a internet em 2013… Ben Affleck, um ator que sempre dividiu opiniões, e já havia sido outro herói nos cinemas (“O Demolidor”), caiu como uma bomba para os fãs ainda viúvos de Christian Bale. Não só pela troca, mas o astro era (e ainda é), considerado por muitos um ator bastante limitado e inconstante, o resultado foi uma chuva de hates, e até um abaixo assinado para que a Warner desistisse da ideia foi criado. Nada adiantou, Zack Snyder já havia feito sua escolha, a Warner já havia aprovado e Ben Affleck aconselhado pelos executivos do estúdio, não ficou olhando o Twitter por alguns dias rs.
O primeiro filme de Affleck como o Homem – Morcego, “Batman vs Superman: A Origem da Justiça”, gerou muitas polêmicas e opiniões controversas, mas foi um sucesso, sem dúvida um dos filmes mais falados do ano passado. E para surpresa geral, Ben Affleck foi uma das poucas coisas poupadas pela crítica no filme.
Mas se você acha que anda tudo em paz no mundo do Batman… Ben Affleck estava com moral, começou a escrever e iria dirigir o filme solo do Batman, até que de repente… A Warner anunciou a saída de Affleck da direção do filme, logo em seguida começou um revisão do roteiro, e o “namoro” de Ben Affleck com o estúdio começou a ficar estranho. Veio então o conceituado site Hollywood Reporter, cravando com todas as letras que a Warner pretende substituir “educadamente” Ben Affleck no filme solo do Batman. Toda essa reviravolta estaria acontecendo porque o astro estaria com dificuldades de se manter dedicado a seus compromissos após a separação de sua esposa Jennifer Garner, e enfrentando problemas com alcoolismo. A Warner aproveitaria então, para fazer um novo reboot no Batman dos cinemas.
Até agora, todos os envolvidos no assunto negaram a possível saída de Ben Affleck, e o que há de concreto é que em novembro poderemos ver Ben Affleck novamente como Batman em “Liga da Justiça”… Se será necessário atualizar essa parte do texto daqui a algum tempo… vamos ter que esperar.
É isso, espero que tenham curtido essa viagem pelos bastidores do Batman no cinema, e agora contagem regressiva para 16 de Novembro, quando estréia o aguardado filme da “Liga da Justiça”.