Então galera, quem acompanha nossas redes sociais sabe que além de conferirmos o filme Planeta dos Macacos: A Guerra numa sala tematizada incrível (Cinemark – Shopping Eldorado), também tivemos a oportunidade de participar da coletiva de imprensa com o lendário Andy Serkis, que interpreta o macaco César através de captura de movimentos e foi o Gollum da trilogia Senhor dos Anéis.
Até aí, maravilha vocês podem conferir abaixo alguns trechos do melhores momentos, a crítica clicando aqui, mas eu separei uma parte em especial para comentar… A frustração do ator quanto a falta de reconhecimento das premiações sobre sua atuação.
Concorrer ao OSCAR
O Ator não escondeu (não só nas palavras, mas no gestual), sua frustração pela falta de reconhecimento das premiações, apesar do esforço de divulgação sobre sua interpretação.
“Já falaram em criar uma premiação só pra isso, mas eu discordo. Isso é atuação como qualquer outra. Realmente acredito que deveríamos poder concorrer. É preconceito e ignorância não reconhecer os atores que trabalham com “motion pictures”. Os membros mais antigos da academia se recusam a aceitar. Atuar é o que acontece no set, com outros atores. Basta ver as cenas de bastidores. Se eu me maquiasse as pessoas aceitariam melhor, mas como coloco o macacão, não consideram. É frustante”.
Devo confessar, que tempos atrás, quando começou essa discussão, eu era um que defendia a NÃO indicação de Andy Serkis, pois achava que realmente a tecnologia, a finalização que poderiam dar na pós – produção, não deixaria a atuação dele inteira lá. Mas quando se começa a ver cenas de bastidores dessa franquia com atenção, você para pra pensar, que eles poderiam sim, simplesmente fazer tudo via computação gráfica. A movimentação, as expressões faciais e etc, não faria sentido pagar atores como Andy Serkis para fazer isso, se não fosse pelo fato de que esse pessoal realmente atua no set… FATO. A lógica dos macacos se humanizando, ganha forma na interpretação do elenco, no jeito como eles se transformam em macacos e lhes trazem sentimentos que talvez, só se os próprios macacos com inteligência pudessem representar. Mas com toda a sua sobriedade, Andy Serkis resumiu exatamente o que acontece. Os anciões do Oscar (que já foram ligeiramente renovados), não se dão ao trabalho de tentar entender a tecnologia, como esse humilde mortal aqui tentou fazer, e por causa disso, eles seriam capazes de indicar Andy ao Oscar, se ele estivesse na versão do Tim Burton, de 2001, por exemplo, com suas excelentes maquiagens (a única coisa boa daquele filme), mas não entenderão o legado real que Andy Serkis deixará com o motion capture. Abaixo, um vídeo de bastidores desse último filme para que entendam do que estou falando. Logo depois dele mais alguns trechos da coletiva de Andy Serkis.
A reflexão de Planeta dos Macacos: A Guerra
“O tema desse filme e de todos os demais é empatia. Vivemos em um mundo em que as pessoas perderam a habilidade de se colocar no lugar do outro. E ainda assim é um grande entretenimento. Isso é o melhor de trabalhar numa grande franquia: poder trazer entretenimento e fazer as pessoas refletirem. Contar histórias é uma das formas de nos salvar”, disse o ator. O mundo está sofrendo com lideranças rasas. É uma boa metáfora com os macacos. Não há vilões ou mocinhos por completo. Cesar é um personagem nobre, mas tem falhas. É cheio de ódio e raiva, mas é capaz de olhar nos olhos de quem quer matar e sentir empatia”.
Os Desafios e como não cair na mesmice
“Há uma sensação de estar vendo uma grande história, não tem nada de previsível. Todos sabemos que as sequências tendem a se repetir e isso não acontece em Planeta dos Macacos. Vai mexer com as pessoas emocionalmente, educar as pessoas a não serem tão julgadoras. No segundo filme tivemos o desafio de tornar crível que macacos falassem. Eles não desenvolviam muitas frases, como se procurassem palavras, era o nascimento da língua. Há uma diferença entre os dois filmes em termos de articulação. Foi cansativo, preciso confessar,fazer o Cesar jovem. Um Cesar líder, na maior parte do tempo parece um humano, mais ereto e maturo”.