E chegou a hora do King Kong ter seu reboot/prequel, onde começamos de um ponto que nunca foi visto no cinema. Tudo aquilo que acontece antes da história clássica. Diferente do tom adotado nos trailers Kong: A Ilha da Caveira é bem menos tenso do que parece e acaba se mostrando um pipocão descontraído, até um pouco infantil em certos momentos.
O filme conta a história de uma equipe de cientistas, soldados e aventureiros que se unem para explorar uma ilha mítica e intocada no oceano Pacífico, bela e perigosa. Longe de tudo e todos que podem os ajudar, a equipe se aventura no território do poderoso Kong, mas com intenções duvidosas, acaba despertando a fúria do rei da ilha. Quando sua missão de descoberta se transforma em uma missão de sobrevivência, a equipe luta para escapar de um paraíso que eles nunca deviam ter conhecido.
O filme começa com uma estética de ambiente urbano que lembra muito Círculo de Fogo e Godzilla, não por acaso (entendedores, entenderão rs). Uma apresentação padrão de reunião de equipe e sem perder tempo, já somos levados direto para a aventura na ilha. É nesse momento que começamos a perceber que o longa não se leva a sério, não é um filme com tons de terror parcial, nem muito suspense, pois eles não fazem questão de adiar a primeira aparição do King Kong. A chegada da tal equipe a ilha é tão absurdamente inacreditável, que arranca risos e uma certeza, o King Kong iria aparecer logo.
O filme parece ter sido dirigido pelo Michael Bay, cheio de momentos que lembram a franquia Transformes, com contra luz o tempo todo, câmera lenta, escalas grandiosas. A grande, e boa diferença, é que ao contrário da franquia de robôs, em Kong você vê o que está acontecendo, os ângulos favorecem a ação e você não fica assistindo um monte de poeira com vultos coloridos.
O roteiro é extremamente simples, um “Sessão da Tarde” dos menos complexos, o que não é de todo mau, se você estiver de boa vontade com o Gorilão. Pessoas vão até a ilha , são atacadas por monstros gigantes e tem que tentar fugir, é isso, nada que se tenta desenvolver além disso vai muito a frente. Kong: A ilha da Caveira é caricato, tem momentos marcados para uma frase de efeito tão evidentes que a espera por elas passa a ser divertida, assim como as cenas de ação em câmera lenta.
O longa ainda compensa alguns problemas da montagem com uma envolvente trilha sonora, recheada de rock n roll clássico que em combinação ao estilo “Michael Bayniano” do diretor Jordan Vogt-Roberts, faz parte da ação ter o ritmo de um vídeo clipe.
Os grandes nomes do elenco parecem mais ter sido contratados com um pensamento de franquia, e universo estendido a longo prazo, nenhum personagem isoladamente chama atenção. Algum destaque para Samuel L Jackson que apesar de chegar muito próximo de ultrapassar o tom, consegue entregar um “vilão” divertido, e John C. Reilly (Guardiões da Galáxia) que também surge com algumas boas piadas.
Como de costume a franquia King Kong, desde a década de 30, apresenta trabalhos de efeitos visuais intocáveis (para suas respectivas épocas). O King Kong tem mais do que tamanho, tem peso, tem proporcionalidade. Determinadas cenas como a dele bebendo água são de um realismo incrível. Por ser uma história muito fantasiosa, é difícil imprimir realismo a todas as criaturas exóticas da ilha, mas nada que atrapalhe o vislumbre visual.
Enfim, Kong: A Ilha da Caveira é uma aventura despretensiosa apesar das escalas. Um filme para assistir com o impacto do cinema, tela gigante, curtir a fantasia e se divertir com a aventura que, afinal, é bem feita, sem ficar procurando muitas lógicas. Inclusive, há uma cena pós – créditos que mostra o caminho para um universo expandido do qual o King Kong faz parte (se você não se importa com spoilers, clique aqui para saber o que vem ai). Confira o trailer e nossa Chuck Nota logo abaixo.